quinta-feira, 29 de agosto de 2013

HEIDI OU ADELHEID


Ainda a propósito de reedição de Heidi pela Booksmile, compare-se com esta edição dos anos 1970 da colecção Histórias, colecção essa que tinha a particularidade de incluir páginas de banda desenhada, um atalho para leitores mais apressados (ou gulosos). As traduções, manhosas q.b., usavam como base adaptações em castelhano da Editorial Bruguera; mas isso não era relevante, face ao atractivo das imagens. Por falar em manha, talvez o leitor não saiba que existe uma polémica - por resolver - em relação à autoria de Heidi, desde que um investigador alemão descobriu um livro de 1830 intitulado Adelheid, das Madchen von Alpenbirge, a história de uma menina chamada Adelaide (Heidi é diminutivo) que também vive nos Alpes. O caso remonta a 2010 e, desde então, debate-se a originalidade da criação de Johanna Spyri; ou seja, falou-se de «plágio» e da hipótese de Heidi ter nacionalidade alemã. Também, querem ter tudo...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A VOZ DOS DRAGÕES



«Aqueles que se recusam a ouvir a voz dos dragões estão condenados a viver os pesadelos dos políticos. Gostamos de pensar que vivemos à luz do dia, mas metade do mundo está sempre na escuridão; e a fantasia, tal como a poesia, fala a linguagem da noite.» 

Ursula K. Le Guin

A MONTANHA MÁGICA



 "Da simpática aldeia de Maienfeld parte um caminho que atravessa prados verdes recobertos de árvores e vai dar ao sopé das montanhas, que lá do alto olham, imponentes e sérias, este lado do vale." Começa assim a história de Heidi, personagem criada por Johanna Spyri (lê-se "espirr") que a geração dos quarentas conheceu através da televisão, com a série homónima transmitida na RTP em meados dos anos 1970. A editora Booksmile presta um serviço aos leitores com esta nova tradução do original em língua alemã (a versão inglesa pode ser lida integralmente no site do Projecto Gutenberg), que surge no seguimento da publicação recente de outro clássico, Pippi das Meias Altas. Mais: respeitou-se a divisão da história em dois volumes, tal como tinha sido dada à estampa em 1880, e até o subtítulo da mesma época: "Uma história para crianças e para quem gosta de crianças". Embora as ilustrações de capa - da autoria de Rita Antunes - apontem claramente para o leitor actual, a tradução não surge nessa irritante versão digest dos "novos" livros de Os Cinco, Os Sete e outras obras de Enid Blyton, que são uma sensaboria para quem os leu no tempo da outra senhora. Valha-nos isso. Na sua idealização romântica da infância e da vida ao ar livre, antídotos contra as doenças da alma (Avô) e do corpo (Clara), o regresso de Heidi parece-nos muito, muito saudável.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

NOVIDADES DA OQO


OK, já não serão bem novidades, visto que o email chegou em fins de Julho... Mas há apenas um Verão por ano e os leitores mais fiéis dos Jardim Assombrado concordarão que viver não é (só) cumprir obrigações e rotinas. Invocando a vossa magnanimidade, senão clemência, regresso ao blogger com dois bons livros anunciados pela editora OQO: Os Sete Irmãos Chineses, um texto tradicional ilustrado por André da Loba e adaptado por Rodolfo Castro (mais conhecido como contador de histórias, et pour cause). Também de matriz tradicional, com raízes no Burkina Faso, chega-nos Árvores no Caminho, com texto de Régine Taymond-García e ilustrações de Varina Starkoff, sobre o qual se diz: « A árvore vermelha é o mogno africano (Khaya senegalensis), sob a qual se reúnem os sábios para tomar decisões. É conhecida como a árvore da palavra.»

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

PÓS-GRADUAÇÃO EM LIVRO INFANTIL EM B-LEARNING



Em 2009, tive a sorte de fazer parte de um grupo de alunos - mais de vinte - que concluíram o primeiro ano do curso de Pós-Graduação em Livro Infantil da Universidade Católica Portuguesa, lançado por iniciativa de José Alfaro e Dora Batalim. Foi um passo fundamental para a legitimação académica de um campo do sistema literário há muito carecido de credibilidade (a culpa tem as costas largas e não vale a pena entrar por aí...). Teve defeitos? Com certeza. Desde logo, porque foi o primeiro; e esse mérito e coragem implicam uma dose de risco que cabe a cada um gerir, na medida das suas expectativas. Perguntaram-me muitas vezes se «recomendava», se «achava bom» e «se valia a pena». Tentei esquivar-me com a mesma souplesse que reservo aos conselhos amorosos: simplesmente, não dou. Cada um que faça o seu caminho; de pouco serve a experiência alheia em matérias do coração. Porque é disso que se trata, resumindo: livros e amor aos livros. O que posso dizer, com toda a certeza e honestidade, é que nunca me arrependi de ter feito este curso - entretanto revisto e aumentado nos anos seguintes. Os nomes do actual corpo docente são do melhor que temos, isso também o garanto: pessoas esclarecidas, com muita experiência nas suas áreas, e um olhar contemporâneo que se foi aperfeiçoando. Foi importantíssimo para o meu itinerário profissional e pessoal. Entretanto, não sei se por culpa da «crise» se por necessidade metodológica, o curso passou este ano do regime presencial para o regime de b-learning; o que também corresponderá aos desejos de muitas pessoas que não residem em Lisboa. Parece-me uma excelente opção. Como vai funcionar nesta nova modalidade, não sei. Ninguém sabe. Informem-se, reflictam, decidam, pensem pela vossa cabeça. De resto, está tudo aqui muito bem explicado.As candidaturas decorrem até 11 de Outubro.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ILUSTRAI-VOS!


Ilustradores de todo o mundo: até 30 de Setembro podeis enviar três das vossas melhores ilustrações para o edifício da Central Tejo, Lisboa, Portugal. O regulamento está todo aqui.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

ANDEI NO CARROSSEL COM O CRIA CRIA


No Verão passado, o blogue Cria Cria teve a ideia de convidar algumas pessoas do meio editorial a deixarem as suas sugestões lúdicas, literárias, musicais e outras que tais. Faço parte dos reincidentes deste ano. Yoga para crianças, um livro sobre jardinagem e outro sobre "Os Cinco" são três coisas boas que me apraz recomendar. É só clicar para saber mais.