terça-feira, 31 de maio de 2016

O SR. TIGRE TORNA-SE SELVAGEM


Sempre harmonioso, o trabalho de composição e cor de Peter Brown joga-se em contraste com as subtis mensagens subversivas. Depois do anterior A Minha Professora é um Monstro! (Não Sou, Não) e O Jardim Curioso (Caminho), também este livro nos faz sorrir e pensar.

O Sr. Tigre Torna-se Selvagem
Peter Brown
Orfeu Negro

domingo, 29 de maio de 2016

O COMEÇO DE UM LIVRO É PRECIOSO, 24


«As pernas das mulheres estão escancaradas, por isso trauteio. Os homens começam a irritar-se, mas sabem que é tudo por eles. Descontraem-se. Mantenho-me de lado, incapaz de fazer alguma coisa para além de observar, é uma provação, mas não digo uma palavra. De qualquer maneira, a minha natureza é de estilo silencioso. Quando criança consideravam-me respeitadora; quando jovem chamavam-me discreta. Mais tarde, pensavam que tinha a sabedoria que só a maturidade traz. Hoje em dia o silêncio é visto como algo de estranho, e grande parte da minha raça esqueceu a beleza de dizer muito ao falar pouco.»

Toni Morrison, Love, ed. Dom Quixote, 2009, tradução de Maria João Freire de Andrade. Originalmente publicado em 2003.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O URSO QUE NÃO ERA


Um urso sai de hibernação e descobre uma fábrica instalada em cima da gruta. Mais do que a crítica ao modelo de racionalização do trabalho, esta é uma fábula de contornos kafkianos sobre quem somos e o lugar que ocupamos no mundo. Do norte-americano Frank Tashlin, O Urso que Não Era foi originalmente publicado em 1946 e é a mais recente edição da Bruaá.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A MINHA FADA ORIANA



Um minuto e meio para falar de um dos livros da minha vida: A Fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Mais um testemunho incluído na série «Ler para Crer», iniciativa da biblioteca da Fundação Lapa do Lobo.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

ATÉ JÁ


Mais uma corrida, mais uma viagem. No próximo dia 25 de Maio estarei na ESAD, em Matosinhos, para partilhar os meus parcos saberes com os alunos da turma de Pós-Graduação em Ilustração e Animação Digital. Ver mais aqui.

domingo, 22 de maio de 2016

UM LUGAR SEGURO


Soube recentemente do triste caso de um/a professor/a bibliotecário/a que se vê em palpos de aranha para conseguir trazer um escritor à sua escola, inserida num agrupamento com largas centenas de alunos e numa região economicamente «não deprimida». Motivo: os/as colegas boicotam qualquer iniciativa deste género, alegando não ter tempo nem disponibilidade para preparar a visita. Dito de forma mais simples: não estão para se chatear. Eu compreendo. Há escritores que também não estão para se chatear com visitas a escolas. Feitas as contas, talvez a proporção entre os que dão «negas» de parte a parte seja equilibrada. O problema é que, neste caso, menos por menos não dá mais e quem se lixa é o mexilhão. Talvez seja o meu romantismo a falar, mas quando conheço crianças que ainda têm uma imagem idealizada do escritor (percebe-se pelo tipo de perguntas que fazem), parece-me que há aqui um capital afectivo e simbólico a explorar no que toca à formação de novos leitores.

Dez anos depois de começar a ser convidada a visitar escolas, na sequência da publicação do meu primeiro livro (O gato e a Rainha Só, Caminho, 2005), constato que o sucesso e os riscos deste tipo de actividade são difíceis de calcular. Nesta matéria, faço parte do núcleo dos «positivistas de serviço». Na maior parte das vezes, as coisas correm bem ou muito bem: há curiosidade e entusiasmo, há comunicação, há criatividade, há cortesia, há livros para autografar. Outras vezes, a indiferença e até hostilidade dos professores é tão notória que convém ter poker face para conduzir uma sessão até ao fim. Como às vezes peco por não ter poker face, quando percebo que as coisas vão dar para o torto procuro concentrar-me nas crianças e num providencial espírito de missão que evite a catástrofe. Não é a sensação de tempo perdido que me angustia, mas a da exposição pessoal, quando inútil e confrangedora. Lembro-me de uma vez ter caído de pára-quedas no meio de uma turma do 9º ano e de pensar: «Tenho dez segundos para os agarrar ou isto vai ser um suplício.» Escapei por pouco, mas sempre se sai com algumas sequelas.

Às vezes levo a minha «mala de tesouros» (falei dela neste post), mas só na altura é que sei se a vou abrir ou não. Porque isto de mostrarmos de que massa somos feitos tem que se lhe diga e requer intimidade, silêncio, atenção, empatia, curiosidade. Naquele momento, são as crianças que me estão a ler e a «mala de tesouros» é um instrumento de mediação leitora, ao ligar a pessoa aos livros e à escritora. 

A semana passada, no âmbito do programa «Os escritores vão às escolas», uma ideia da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Sintra em articulação com a APE, estive na E.B./J.I de S. Marcos nº1. É uma escola do concelho de Sintra onde a vista para a serra ilude, durante algum tempo, a paisagem descarnada dos prédios sem árvores à volta. Olha-se com mais cuidado e percebe-se que muitas daquelas crianças não terão uma vida fácil. «A escola é o lugar onde elas se sentem seguras», disse-me depois o director, que também esteve presente na sessão. Éramos poucos, só uma turma do 4º ano, mas havia bastantes pais a assistir, e que a escola tenha conseguido esse envolvimento parece-me extraordinário nos tempos (desinteressados) que correm.

Os miúdos mostraram o que tinham feito à volta do Onde Moram as Casas e do Não Quero Usar Óculos. Além da criatividade, é de salientar a autonomia com que as professoras os deixaram conduzir a sessão. Via-se que estavam contentes e orgulhosos (os pais também). No fim das perguntas, abri a mala e mostrei alguns dos objectos que estavam lá dentro. Desafiei-os a fazerem o mesmo, para um dia terem também tesouros para partilhar. Quando fechei a mala e saí daquele lugar seguro, sem dúvida que levava mais coisas lá dentro. Foi uma das visitas mais bonitas a que já tive direito. Muito obrigada a todos.

sábado, 21 de maio de 2016

CHEGOU A DONINHA TERNURENTA


Hoje é o nascimento oficial da Doninha Ternurenta, um novo espaço dedicado aos livros e à literatura para os mais novos. Fica em Ovar, no (já existente) Espaço entre Artes, e promete ter livros seleccionados com bom senso e bom gosto. Boa sorte, muita gente e prosperidade é o que desejamos à Doninha!

quinta-feira, 19 de maio de 2016

CAMINHOS DE LEITURA 2016


De 15 a 19 de Junho, o Teatro-Cine de Pombal acolhe o XIV Encontro de Literatura Infantojuvenil - Caminhos de Leitura. Conversas, oficinas, ilustração, narração oral, feira do livro... O programa completo está aqui. Inscrições aqui.

terça-feira, 17 de maio de 2016

MAIS COISAS BOAS QUE AÍ VÊM


Começa no próximo sábado e vai durar uma semana. É a segunda edição do evento Gigantes Invisíveis, uma iniciativa da associação Imaginar do Gigante em parceria com a Câmara Municipal de Ovar. Uma semana para explorar as muitas ligações entre os livros para os mais novos e outros meios de expressão, das artes plásticas e performativas às conversas e oficinas criativas. André Letria, Teresa Cortez, Adélia Carvalho e Anabela Dias vão estar presentes no Parque Ambiental do Buçaquinho, em Esmoriz/Cortegaça (Ovar), e os dias mais «fortes» para o público em geral, adultos e crianças, são 21 e 28 de Maio. Durante a semana realizam-se oficinas educativas para escolas e, mais tarde, o evento terá uma extensão em Timor Leste e na Guiné Bissau. Parabéns pela persistência!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

COISAS BOAS QUE AÍ VÊM


Já no próximo sábado, 21 de Maio, a Escola Superior de Educação de Lisboa recebe o III Encontro de Literatura para Infância, que este ano reflecte sobre as ligações com o mundo natural. Destaque para as intervenções dos investigadores e professores universitários Rui Ramos e José António Gomes, na sessão de abertura e na sessão da tarde, respectivamente. Um dia depois, também em Lisboa, faz-se um inventário do estado da arte da ilustração portuguesa contemporânea, na exposição do Clube de Criativos de Portugal, Ilustra 33. Comissariada por Jorge Silva, vai mostrar o trabalho de 33 ilustradores, de Afonso Cruz a Yara Kono (ver todos aqui). O local é a Central Station (antiga estação dos CTT junto ao Mercado da Ribeira) e as portas estão abertas de 22 a 26 de Maio, das 14h00 às 20h00. Já na próxima semana, a partir das 14h30, o auditório do Instituto de Educação da Universidade do Minho acolhe mais um simpósio dedicado aos autores da literatura infantojuvenil portuguesa, desta vez sobre Alice Vieira (que não poderá estar presente, por razões de saúde). Cláudia Sousa Pereira, Ana Margarida Ramos, João Manuel Ribeiro, José António Gomes, Sara Reis da Silva e Blanca-Ana Raig Rechau são os oradores que estão em Braga para falar da obra de uma grande escritora que revolucionou a linguagem do livro juvenil, quando publicou Rosa, Minha Irmã Rosa (Caminho, 1979).

quarta-feira, 11 de maio de 2016

CLARA FERREIRA ALVES, 2


Mas ganhava-se bem nos jornais nessa época.
Não, não se ganhava nada bem. Há um período nos anos 90 em que se ganhava melhor mas eu complementava com a televisão. Só nos jornais propriamente ditos não. Nunca ninguém ficou rico a escrever num jornal. Claro que hoje há uma chacina das pessoas e na altura não havia esta austeridade. Mas hoje também há muita gente a escrever, muita oferta, muitos estagiários, muita mão de obra barata que na altura não havia. Havia mais triagem. A vida que levávamos implicava ter dinheiro, havia um desejo primordial de ganhar dinheiro, que também era importante. É que o jornalismo dava dinheiro e a literatura não dava. Os primeiros anos do Saramago dificilmente se pode dizer que tenham sido anos de prosperidade. O Zé Cardoso Pires vivia ultramodestamente. Tive essa conversa com ele várias vezes. Eu perguntava-lhe como é que ele conseguia viver só a escrever livros, e ainda por cima era muito lento... Foram 10 anos para escrever o Alexandra Alpha, era um escritor bissexto. Ele aguentava-se no limite da pobreza. A Edite, a mulher, trabalhava, e tinham uma vida ultrafrugal. Ele não viajava, não jantava fora todas as noites. O Alexandre O’Neill ganhava dinheiro na publicidade. O Fernando Assis Pacheco, que era um extraordinário escritor e poeta, estava na redação a fechar o jornal, outros davam aulas, tinham que trabalhar. Hoje é mais fácil um autor viver dos livros do que na altura. A Agustina uma vez disse-me isso no Frágil (o que é que a Agustina estava a fazer no Frágil, não sei, alguém a levou para lá), estava numa esquininha, com aquela curiosidade dela e eu perguntei-lhe o que é que era preciso para escrever um romance, para me tornar escritora a tempo inteiro, e ela disse a frase da minha vida: «Arranje um marido rico.» Lapidar.

Não tinha medo de falhar?
Não. Tinha medo de ficar sem dinheiro. Coisa que ainda tenho. Nunca tive medo de falhar. Vou-lhe dizer uma coisa muito sinceramente: o medo de falhar é aquilo com que vive todo o jornalista. Quando já tem a reportagem toda feita na cabeça, com as notinhas todas, uma reportagem de guerra, por exemplo, que é muito intensa e é sob pressão, e você já tem tudo, as 10 histórias incríveis que lhe contaram, e tem a deadline, e todo o jornalista que tem a pressão da escrita, desde os tempos da tarimba de que lhe falei, em que me incutiram o terror da prosa mal feita ·– nessa altura tem o medo de falhar. E é o medo que alimenta o jornalista, o medo de no fim, depois daquele trabalho todo, aquilo seja uma merda.

[Clara Ferreira Alves, in LER nº 141. Entrevista conduzida por Bruno Vieira Amaral. Fotografias de Pedro Loureiro.]

terça-feira, 10 de maio de 2016

CLARA FERREIRA ALVES, 1



No livro é muito crítica das elites.
Sou.

Dessas elites que parecem não ter consciência dessas vidas de que falava.
Não têm consciência nenhuma. Já não tinham no tempo do Eça de Queirós. N’O Primo Basílio, quando faz o retrato daquela família, do Jorge, da Luísa e depois da Juliana das botinas, a melhor parte é quando ele descreve a vida da Juliana. A explicar um pouco o rancor, o ódio, a velhacaria, mostrando o que foi a vida da Juliana que evidentemente as elites portuguesas ignoravam e sempre ignoraram e continuam a ignorar. Só que nós agora temos uma nova elite que é a elite dos grandes assalariados: vão esquiar, têm uma vida muito confortável nas grandes empresas ou na banca, e muitos deles tomaram o aparelho de Estado, têm negociatas... Essa nova elite, que não se parece com as antigas (que eram as do nome de família, de nascimento, os aristocratas, mas que eram quase sempre descendentes de um merceeiro que tinha feito fortuna), essa nova elite é a da democracia – mas não é melhor, só leem as revistas do coração, lixo, e consomem exatamente os mesmos produtos que o lumpen. Consomem a mesma televisão, as mesmas revistas e os mesmos jornais. Já fui a casa de pessoas com muito dinheiro, que têm uma casa maravilhosa, com arte – agora toda a gente tem arte –, objetos de design extraordinários e depois apercebemo-nos de que não há um livro.

Acha que esse défice cultural resulta num défice de empatia? O que transparece do seu livro é que essas elites não vivem preocupadas com o que se está a passar com os outros.
Não, estão preocupadas com os seus próprios bens. Tirando os que têm uma consciência católica e sentem um dever moral da sua própria religião (e há muita gente assim, é justo que se diga, que age por um imperativo religioso ou familiar), tirando isso estão muito pouco preocupados com a vida das pessoas. Não fazem ideia de como vive uma pessoa que tem a mãe paralisada, ou o filho que não é bom aluno, que moram na periferia, que têm de vir para a cidade, que têm muito pouco dinheiro. Acha que essas elites têm alguma ideia do que é ir para a bicha com o cartão da segurança social às seis da manhã, esperar que aquilo abra, tirar uma senha e esperar até às duas da tarde para ser atendido? Uma vez escrevi uma crónica sobre isso. Nunca as elites portuguesas foram tratar pessoalmente do cartão do cidadão. O cartão foi ter com eles. Acha que um grande banqueiro português alguma vez foi tratar do cartão do cidadão ou do passaporte? Claro que não. Não ajudam ninguém, não dão dinheiro a ninguém, não dão dinheiro para uma ala do hospital, não patrocinam. No outro dia estava no supermercado e ouvi qualquer coisa para ajudar o Sequeira a ficar em Portugal. Até pensei que fosse um drama humano. Afinal era o quadro do Domingos Sequeira. Mas não há um desgraçado de um milionário em Portugal que permita que o quadro fique em Portugal? Acho isto incrível.

[Clara Ferreira Alves, in LER nº 141. Entrevista conduzida por Bruno Vieira Amaral. Fotografias de Pedro Loureiro.]

sábado, 7 de maio de 2016

GEOMETRIAS DA IMAGINAÇÃO



«Gosto de viajar. Mas sou um miúdo pequeno, e os meus pais dizem que os gaiatos não se fizeram para andar por aí a passarinhar de terra em terra como se fossem andorinhas; ou saltimbancos, ou acrobatas, ou arlequins, polichinelos.» 

Começa assim a história deste rapaz, e mal o conhecemos já calculamos que fará tudo ao contrário. A subversão é uma das forças condutoras da escrita de Rita Taborda Duarte (Lisboa, 1973), o que a coloca num lugar à parte na literatura para os mais novos, livre de fórmulas, modismos e beneplácitos geracionais.

O Rapaz Que Não se Tinha Quieto (Caminho) vem juntar-se ao percurso iniciado com A Verdadeira História da Alice, Prémio Branquinho da Fonseca/Expresso/Gulbenkian 2003. Construindo uma história com vários níveis de leitura, a escritora responde à sua poeticidade imanente, ao humor lúdico e paródico (e mesmo auto-paródico), à vocação de experimentar a linguagem como um jogo. 

À medida que progredimos na narrativa, irrompe uma arquitectura feita da simbólica dos quatro elementos (ar, terra, fogo e água), bem como das formas geométricas da matéria; que as ilustrações delicadas de Ana Ventura (Lisboa, 1972) vêm configurar. Ressalta também a musicalidade das frases, como um texto cantado em que as rimas não parecem nem procuradas nem evitadas: «Conheço uma torre italiana, com nome de comida, que, em vez de crescer para cima a direito, vai subindo lentamente na diagonal. Mas essa é uma torre especial, feita de pedregulhos mágicos, com saudades da terra de onde foram arrancados. Esses pedregulhos, saudosos pedregulhos, não desistem nunca de a mirar, desejando a ela um dia retornar.»

Também o rapaz deste conto ambiciona construir uma torre para se evadir do mundo onde as pessoas «passam a ver tudo aos quadradinhos e muitas vezes, quase sempre, ficam também elas quadradas». O devaneio não lhe chega, há que deitar mãos à obra: «Dá trabalho, é preciso um dia atrás de outro dia. É preciso trabalhar com afinco, mas, na verdade, não tem muito que saber.» Juntando pedras e estrelas, a torre fica pronta e iluminada. 

Mas porque «o homem é o único animal que constrói desejos sobre os desejos», também este rapaz, que entretanto deixa de o ser, se cansa da torre de granito e inventa outra coisa. E nesse contínuo movimento leva-nos a nós, leitores, por caminhos singulares. «Um verdadeiro viandante, um genuíno calcorreador de estradas, deve ser imprudente. Tal como eu.»

O Rapaz que Não se Tinha Quieto
Rita Taborda Duarte
Ana Ventura (ilust.)
Caminho

(Texto publicado na revista LER Nº 134.)

quarta-feira, 4 de maio de 2016

ESCRITA E VULNERABILIDADE, 2


A vulnerabilidade encontra-se no coração da escrita, no coração da vida (já escrevi sobre o tema neste post). Quem tem medo de se mostrar/ser vulnerável corre o risco de se tornar opaco e, aos poucos, ir perdendo a sensibilidade e a linguagem. Lendo o último livro de uma das minhas «gurus» feministas, a Dra. Christiane Northrup, autora de Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher (Sinais de Fogo, 2000), deparei com esta passagem que resume o que gostaria de ter dito: «(...) "Vulnerabilidade não é fraqueza e trata-se de um mito profundamente perigoso. A vulnerabilidade é onde nasce a inovação, a criatividade, a mudança". Vulnerabilidade vem de um étimo latino que quer dizer ferida*. Quando estamos vulneráveis, é mais fácil ferirem-nos, mas não significa que sejamos fracas. É preciso muita força para abrir o coração outra vez... (...).


*vulneratio, onis: ferida, lesão, golpe (Dicionário de Latim-Português, Porto Editora, s/data)