Tive aulas com Eduardo Prado Coelho na Universidade Nova, numa cadeira opcional de mestrado chamada Estética e Anti-Estética na Arte Contemporânea; nome demasiado longo para um tempo que passava a correr, de acordo com um jeito muito próprio de ensinar passeando, à maneira aristotélica. Desde aí, passámos a cumprimentar-nos nos sítios onde toda a gente se encontra, mas sem ultrapassar a esfera do cordial. Por isso, foi com uma curiosidade não totalmente isenta de culpa que andei pelo meio dos livros da Biblioteca Eduardo Prado Coelho, uma sala da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco (cujo nome abreviei num post anterior, à conta das pressas), em Vila Nova de Famalicão. Andei por ali um par de horas, folheando mais ou menos ao acaso as páginas que tinham passado pelas mãos dele, procurando datas, sublinhados e anotações, lendo dedicatórias. De José Cardoso Pires, Eduardo Lourenço, Herberto Helder, Mário Cláudio, Vergílio Ferreira, Jorge de Sena, Maria Velho da Costa… e tantos outros. Entre a evidência racional de estar a usufruir de um bem tornado público, graças à generosidade de EPC, e a sensação transgressora de ler palavras pessoais, hesitei e balancei, mas acabei por ilibar-me, em nome do conhecimento. Em todo o caso, desculpe, professor.
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