Este fim-de-semana, de passagem por uma loja de velharias em Belas, encontrei, por um euro, o Catalogue D’Objets Introuvables (Éditions André Balland, 1969) de Jacques Carelman, um dos "multicriativos" do meu imaginário. Ilustrador, pintor, escultor, cenógrafo, Carelman inventou, a partir de um catálogo de vendas, uma colecção de mais de 400 objectos do quotidiano que subvertem as regras internas da sua funcionalidade, ficando a meio caminho entre a lógica e o absurdo. Na capa acima reproduzida vemos, por exemplo, a cafeteira para masoquistas, a bicicleta dupla para enamorados, o garfo para comer esparguete (ou choucroute), a torneira-nariz para constipados e o martelo para alcançar "pregos inacessíveis”. Há muitos mais, hilariantes, como o pente para carecas, o selim-bidé, o lavatório vertical ou a máquina de escrever hieróglifos. Carelman foi convidado pelo Musée des Arts Décoratifs de Paris a mostrar os seus desenhos e, em vez disso, preferiu dar forma tridimensional a algumas dezenas deles, numa exposição que começou no Louvre, em 1972, e percorreu vários lugares do mundo (não sei se alguma vez esteve em Portugal). Para uma amostra parcial, clique aqui.
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