Não sei se alguma vez voltarei a Veneza, tal como não sei se voltarei a Praga ou a Paris – apenas pelo prazer de viajar, I mean. Com cenários destes – a Piazzeta San Marco e o Palácio dos Doges em fundo – a um dia de semana e em finais de Março, ainda longe da época alta, haverá algum milímetro de espaço interior em que nos possamos sentir, enfim, livres? Às vezes quase compreendo o tipo que ganhou o “Quem Quer Ser Milionário?” e passou a visitar os sítios com que sonhava a partir do Google Earth, na privacidade da sua casinha nova ali para os lados de Alenquer.
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2 comentários:
Carla,
Há profundidade nestas palavras. Diferente, muito diferente, é o turista do viajante. Há quem diga que os grandes viajantes estavam no século XIX e se foram com ele. Leitor de livros e relatos de viagem há quase três décadas, sou obrigado a concordar que os viajantes vão se tornando escassos, enquanto aumenta a classe lastimável dos turistas. Escrevi isso, aliás, num texto que irei postar, a propósito de livros. É toda uma teorização que se pode fazer, penso, a respeito dessa distinção, mas ela fica para uma outra oportunidade, que não quero atulhar seu espaço de comentários. Por hora, fique o abraço de um leitor que, quanto mais vem ao jardim, tanto mais assombrado fica com a inteligência e a sensibilidade da jardineira.
Muito obrigada, Márcio, mas a verdade é que também eu sou uma turista que desejaria ser viajante, se para tal me sobrasse a coragem dos exploradores do século XIX. Volte sempre.
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