segunda-feira, 22 de junho de 2009

ESTAMOS NA CASA DA LEITURA


A Casa da Leitura, o projecto da Gulbenkian que se rapidamente se tornou uma indispensável fonte de recursos documentais e não só, desafiou-me a fazer uma lista de títulos para integrar a secção “Os Livros da Minha Infância”. São muitos. Depois de um aturado corta-e-cola, cheguei a esta. Segue-se o texto completo que talvez explique algumas idiossincrasias.


- Os Mistérios da Floresta Negra, Emílio Salgari

- Cândido, Voltaire

- A Fada Oriana, Sophia de Mello Breyner Andresen

- Um Dia Feliz, Pearl Buck

- A Princesinha, Frances H. Burnett

- O Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos

- Coração, Edmundo de Amicis

- A Cabana do Pai Tomás, Harriet B. Stowe

- A Nau Catrineta

- O Livro de São Cipriano

- O Atlas do Nosso Tempo, Selecções do Reader’s Digest

- Séries Os Cinco, Quatro Torres e As Gémeas, Enid Blyton



Uma chantagem feliz


O meu primeiro livro foi conquistado por via da chantagem, quando me propuseram trocar a chupeta por O Gato das Botas, aos dois anos. Aceitei, sem saber onde me metia. Comecei a ler cedo, por volta dos quatro anos, e as pessoas pensavam que eu decorava o jornal. Felizmente nessa altura não se falava de crianças “índigo” nem nada do género, por isso pude crescer em paz com os meus medos e fantasmas, sem os quais hoje não saberia escrever. Os livros foram os meus melhores amigos, sempre. Lia o que apanhava à mão e o que me apetecia. Assim ignorei a Odisseia, Jules Verne (excepto Miguel Strogoff) e outras coisas recomendáveis, trocando-as pelos feitiços de O Livro de São Cipriano. Nunca me disseram “não leias isso, que não é para a tua idade”. Aos oito ou nove anos apaixonei-me pelo Cândido, de Voltaire, que interpretei como uma fantástica aventura, com piratas e tudo. Li-o várias vezes. Se tivesse que escolher um, talvez fosse A Princesinha, de Frances Hodgson Burnett, uma heroína com quem me identifico totalmente. Podia fazer uma lista três vezes maior do que esta, porque os livros da minha infância continuam a ser aqueles de que me lembro melhor. É raro o dia em que não pense neles.

2 comentários:

vera disse...

esta lista tambem me traz agradaveis recordaòoes de leitura !

Anónimo disse...

a mim também, Carla. alguns daqueles foram também os meus livros. mas não posso deixar de ficar comovida com 'Um dia feliz' que li e reli vezes sem conta. Muito obrigada por o teres trazido à minha memória.
beijinhos