“A experiência de ouvir ler está, em parte, associada aos livros para crianças e à tradição dos contadores de histórias. Poderá daí advir alguma resistência do consumidor adulto em relação ao audiolivro. Na incontornável Uma História da Leitura, Alberto Manguel conta como, aos nove ou dez anos, o director da sua escola “disse que ouvir ler era apropriado somente para crianças pequenas”, remetendo esse gosto para um território censurável. O escritor inculcou a ideia de “que tudo o que dava prazer era de certa forma doentio”, e só recuperou o hábito mais tarde, quando a leitura em voz alta se tornou um acto partilhável com a pessoa amada. No fim do capítulo intitulado “Leitura ouvida”, conclui que esta experiência é ambivalente, na medida em que “enriquece e simultaneamente diminui o acto de leitura”. Para a maioria, ler implica entregar-se a uma solidão voluntária que não tolera a intromissão de uma terceira voz entre quem lê e quem escreve. Para outros, será justamente o contrário. Ouvir ler – em casa, no carro, no Ipod… – apela a uma atenção apaziguadora e envolvente.”
PS - Na última NS, revista de sábado do Diário de Notícias e Jornal de Notícias, foi publicada uma reportagem assinada por mim, com o título “Um lugar ao som”. A ideia foi fazer um breve apanhado do segmento do audiolivro em Portugal, falando com as três editoras mais activas (101 Noites, MIHJ e A Boca), a pretexto, evidentemente, do Festival Silêncio! Por razões que ainda não compreendi totalmente, o texto saiu muito cortado; e quando digo muito, quero dizer em cerca de um terço (32 por cento, para ser mais exacta). Não é uma prática habitual, pelo menos nos meios para os quais colaboro, onde existe uma relação de confiança recíproca, e daí a minha perplexidade. O primeiro prejudicado é sempre o leitor. Porque quando se corta um texto com menos de 7000 caracteres em cerca de um terço, é evidente que se perde uma parte importante da sua integridade e do seu interesse. O excerto que reproduzi acima é um parágrafo que não foi publicado.
PS - Na última NS, revista de sábado do Diário de Notícias e Jornal de Notícias, foi publicada uma reportagem assinada por mim, com o título “Um lugar ao som”. A ideia foi fazer um breve apanhado do segmento do audiolivro em Portugal, falando com as três editoras mais activas (101 Noites, MIHJ e A Boca), a pretexto, evidentemente, do Festival Silêncio! Por razões que ainda não compreendi totalmente, o texto saiu muito cortado; e quando digo muito, quero dizer em cerca de um terço (32 por cento, para ser mais exacta). Não é uma prática habitual, pelo menos nos meios para os quais colaboro, onde existe uma relação de confiança recíproca, e daí a minha perplexidade. O primeiro prejudicado é sempre o leitor. Porque quando se corta um texto com menos de 7000 caracteres em cerca de um terço, é evidente que se perde uma parte importante da sua integridade e do seu interesse. O excerto que reproduzi acima é um parágrafo que não foi publicado.
1 comentário:
... e um post aqui no blog com o artigo completo, isso é que era catita...
1 beso
Paulo Reis(fernandinho)
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