quinta-feira, 9 de julho de 2009

POLÉMICA? QUAL POLÉMICA?


Apanhei no Technorati um comentário de Luís Soares sobre a minha crítica ao livro A Revolta das Frases, de Maria Almira Soares, publicado na secção “Leituras Miúdas” da última LER. Em lado algum escrevi que o livro era “um pouco difícil e talvez excessivamente didáctico”, porque os conceitos de “fácil” e “difícil” não significam nada e o didactismo, só por si, já me parece excessivo em literatura. O que os autores acham ou deixam de achar sobre o que escrevem também é irrelevante para o caso; o livro fala por eles, é tudo. Justifiquei a minha apreciação na LER (tanto quanto é possível em mil caracteres) e poderia continuar a fazê-lo aqui, mas não me pagam para isso nem quero alimentar uma polémica que não existe. Luís Soares associa-me ainda a José Mário Silva e deixa uma alfinetada capciosa: “Prefiro não comentar autores que são críticos que são autores que são críticos... vocês percebem - é o caso do José e da Carla.” Se não queria comentar, já comentou bastante. É curioso que os incómodos só surjam nestas ocasiões; enquanto só se diz “bem”, ninguém se aborrece. Mas para esse peditório não dou. O discurso crítico e o discurso criativo são totalmente diferentes e não se alimentam nem se parasitam; se “o Luís” é escritor, deve saber isso. Falamos de quê, então? De arrufos, invejas, vinganças, ressentimento e despeito? Essas são questões de carácter, sobre as quais não me justifico com pessoas que não me conhecem, apesar de falarem como se me conhecessem.

2 comentários:

Luís Soares disse...

Não existe polémica, não te citei, apenas referi a minha impressão da tua impressão. Nem sequer achei que a tua crítica falhasse o alvo, muito menos deixei de concordar com ela. A minha referência à autora é só por ela ser minha mãe (esclarecimento!). Não manifestei acordo ou desacordo com ninguém. Todas as opiniões têm a sua relevância ou irrelevância para o caso, conforme quem as ler assim o julgue. Quanto a críticos que são autores e/ou vice-versa é um facto da vida que pode criar telhados de vidro (não estou a dizer que é o caso), apenas isso, e é algo que tens em comum com o José Mário Silva, apenas isso também. Não há qualquer inveja, nem ressentimento, nem arrufo, muito menos despeito ou vingança. Não te conheço nem falo como se te conhecesse e desculpa lá se te trato por tu, caso te incomode. O resto do post é aliás sobre críticos e autores que exageram no comentário mútuo. Não é o caso, de todo. Sim, isto é água na fervura.

Carla Maia de Almeida disse...

Luís, os meus telhados de vidro são sólidos q.b., o que não significa que não possa cometer erros de avaliação. Quanto ao resto (as invejas, os ressentimentos, o despeito, etc), referia-me não a ti mas ao facto de a má crítica poder ser usada como arma de arremesso. Ou o contrário: discursos laudatórios, despropositados, insuflados de "amiguismo"... Tudo o que é de mais, chateia.
Aceito a água na fervura, até porque estamos no Verão. No hard feelings. Já somos amigos no Facebook.