domingo, 30 de agosto de 2009

LA PLAYA


Em matéria de praias, a região de Lisboa é uma desgraça. Se o clima da Linha de Sintra oferece tanta confiança como os políticos portugueses, a Costa da Caparica e a Linha de Cascais despertam a misantropia em qualquer pessoa decente. Cheguei à conclusão de que as praias do Meco são únicas praticáveis em Agosto, mesmo ao fim-de-semana, o que não é dizer pouco. Por mim, só folgava aos dias úteis e reservava o sossego do bairro aos sábados e domingos para trabalhar, mas uma pessoa tem de adaptar-se à vida real se não quiser acabar dependente de profonóis ou outras anestesias ambulantes, como o desgraçado do Michael Jackson. De modo que tenho elegido o Meco, mais propriamente Alfarim, para algumas idas misericordiosas à praia, neste Verão tão laborioso como uma abelha amestrada por um yuppie. Da minha casa em Lisboa até aos parques de estacionamento onde há sempre lugar são apenas 45 minutos, sem engarrafamentos nem stress, pelo menos às horas a que vou – isto é, depois do almoço, que não sou amiga de fritadeiras nem os meus genes nortenhos toleram exageros. O areal é extenso e só convive com a raça humana quem faz questão disso. As infra-estruturas cumprem os mínimos olímpicos e o mar tem os seus dias, mas chega para não voltar a casa enxuto. Para fugir ao trânsito do regresso fico por ali a jantar, normalmente no Peralta. A localização à beira da estrada não é a ideal, sobretudo se se ficar na esplanada, mas o atendimento é amável e competente, e prefiro-o mil vezes à arrogância balofa do badalado Mar do Peixe, onde o preço não justifica o exquisite da comida. Agosto está a terminar e com ele uma leva de trabalho que parecia não ter fim. Mas estou contente, mesmo contente. Estou in the mood para ouvir este disco e lembrar-me de que o Verão ainda não acabou. Isso é que era bom...

Sem comentários: