Hoje tive de correr três quiosques para achar um JL que não estivesse rasgado, por via do mau empacotamento. Mas lá consegui ler, por fim, a entrevista a Alice Vieira, a segunda nesta semana. Além da resposta em que ela diz abominar a parvoíce da “criança que há em si” (incrível como ainda há gente que vai nesta conversa), achei especialmente divertida esta passagem:
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Na sua infância, tinha muitos livros?
Nas casas por onde andei havia muitos e podia mexer neles à vontade. Era uma maneira de me manterem sossegada. Além disso, a minha vida de criança foi uma grande mistura de mortos e de vivos. Cada vez que morria um velhote na família, as pessoas vinham ao velório e traziam flores para o morto e um livro para mim. A isso devo a minha grande biblioteca infantil.
Houve algum livro que então a tivesse marcado especialmente?
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Na sua infância, tinha muitos livros?
Nas casas por onde andei havia muitos e podia mexer neles à vontade. Era uma maneira de me manterem sossegada. Além disso, a minha vida de criança foi uma grande mistura de mortos e de vivos. Cada vez que morria um velhote na família, as pessoas vinham ao velório e traziam flores para o morto e um livro para mim. A isso devo a minha grande biblioteca infantil.
Houve algum livro que então a tivesse marcado especialmente?
Desde muito pequena, tive a felicidade de ter descoberto Erico Veríssimo. Por isso, tenho a sua fotografia na parede, mesmo diante do computador. Foi a minha grande descoberta, porque percebi que se pode escrever uma história quase sem história, porque as palavras em si têm força, cheiro, cor. Adorei Clarissa, Música ao Longe ou As Aventuras de Tibiquera. Curiosamente foi pela via do Brasil que tive contacto com a grande Literatura.
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À entrevista conduzida por Maria Leonor Nunes junta-se ainda um texto de análise crítica ao conjunto da obra de Alice Vieira, assinado por Ana Margarida Ramos, professora na Universidade de Aveiro e especialista em Literatura Infantil. A imagem de capa do JL foi roubada ao Senhor Palomar.
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À entrevista conduzida por Maria Leonor Nunes junta-se ainda um texto de análise crítica ao conjunto da obra de Alice Vieira, assinado por Ana Margarida Ramos, professora na Universidade de Aveiro e especialista em Literatura Infantil. A imagem de capa do JL foi roubada ao Senhor Palomar.
2 comentários:
Alice Vieira, de quem tenho a sorte de ser amiga, marcou-me a minha infância e marca, ainda hoje, a minha vida. Sabe sempre bem ler dela, ler sobre ela, ler como ela. E, só por isso, por ter tanto dela, quis deixar aqui o meu comentário, em jeito de agradecimento.
Entrevista bem humorada, pertinente e proporcionadora de um momento bem passado. Lia em Cerveira, na Praça central da vila, com um café a acompanhar.
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