quarta-feira, 16 de setembro de 2009

REWIND


A propósito do post anterior, e para quem não está familiarizado com as aventuras de Dante e Bea na distopia do Dr. Sigmundus, recupero o texto publicado na LER nº 77 (Janeiro 2009):

Gente Vazia
Brian Keaney
Tradução de Susana Rodrigues de Carvalho
Gailivro

Primeiro volume de uma trilogia já caucionada pelo «mestre» Philip Pullman, Gente Vazia (The Hollow People) é um exemplo da vitalidade do romance juvenil inglês na era pós-J.K. Rowling, com a vantagem de dispensar modismos extraliterários. Porque é de boa prosa que se trata, no cruzamento dos universos fantásticos e do gótico vitoriano, tudo enformado pela herança católica de um autor com raízes irlandesas. A educação religiosa entre freiras e padres jesuítas, à qual Brian Keaney se refere sem saudades, não andará longe deste cenário sombrio que traz dois mundos em conflito: um, a sinistra ilha de Tarnagar, local do sanatório onde um tal Dr. Sigmundus vigia e aniquila a capacidade de sonhar (pobre Freud…); outro, Moiteera, a cidade em ruínas transformada em território de guerrilha, onde sobrevive um punhado de resistentes cuja maior arma é a «força odílica», o poder de manipular realidade e ilusão. Brian Keaney recuperou um dos pares amorosos mais célebres da História para dar nome aos seus heróis: Dante e Beatrice. Inadaptados, confusos e anti-sociais, cabe-lhe iniciar a descida aos infernos governados pelo Dr. Sigmundus. The Gallow Glass e The Mendini Canticle são a continuação aguardada em português.

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