Esta raça de vampiros a que me refiro é mais perigosa, porque mais dissimulada. Tive, há dois dias, o desprazer de ser roubada no Metro de Lisboa, a horas muito decentes e com carruagens a meio-gás. Uma mochila distraída às costas, a juntar à tendência de cismar com a morte da bezerra, tornaram-me um alvo fácil para carteiristas habilitados na arte de furtar. Cerca de 40 euros foi quanto lhe rendeu a proeza. De imediato, apresentei queixa na 18ª esquadra do Campo Grande. De imediato, ali mesmo telefonei para dois bancos a pedir o cancelamento de dois cartões de débito e dois cartões de crédito. Não sabia era que, num deles, teria de pagar 40 euros para que a funcionária de serviço premisse meia dúzia de teclas só para executar as anulações. Um serviço limpo e rápido, como o dos carteiristas. Argumentei que tinha sido roubada, que tinha uma declaração da polícia para o comprovar, e que é sempre chato ser assaltada duas vezes no mesmo dia. “É o preçário”, responderam-me. De que banco falo? Millenium BPC. Não que isso faça mossa ao Sr. Jardim Gonçalves, mas a verdade é que já andava com ganas de tirar de lá o meu dinheiro. É desta.
(em cima, uma serigrafia sobre papel-moeda da série “Lucha por la vida”, do artista argentino Ral Veroni)
(em cima, uma serigrafia sobre papel-moeda da série “Lucha por la vida”, do artista argentino Ral Veroni)
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