quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SOBRE CÃES E GATOS


Muito dinheiro público seria poupado em ansiolíticos e antidepressivos se toda a gente tivesse um casa com jardim e um animal ao seu lado. Viver amontoado em apartamentos não dá saúde a ninguém, é certo e sabido. Como poucos têm a sorte de morar no campo – com qualidade de vida – ou de passar os fins-de-semana em turismos rurais, ter um gato ou um cão ainda representa a possibilidade mais imediata de ligação à Natureza, sem a qual me parece difícil funcionar com o mínimo de serenidade e, ocasionalmente, ser feliz. Talvez isto seja “conversa da treta” para muita gente, mas para mim é uma questão de convicção e de valores. Valores fortes. Acredito que o estudo da vida emocional dos animais e do seu impacto nos seres humanos ainda nos trará conclusões a que já deveríamos ter chegado, intuitivamente; e este livro, Wild Justice: The Moral Lives of Animals (via Bomba Inteligente), é mais uma contribuição. Relevante é também o doutoramento de Isabel Marques, que analisou o papel dos animais em contexto terapêutico junto de casos de esquizofrenia, psicoses e outros distúrbios graves. Sobre este assunto, saiu uma reportagem no Público de segunda-feira que ainda pode ser lida aqui. Para outro género de leituras, sugiro um livro que reúne o pensamento de Eckhart Tolle e os desenhos Patrick McDonnell, o autor da BD Mutts, intitulado Guardiões do Ser (ed. Pergaminho). Não é para crianças nem para adolescentes nem para adultos – é para todos. É para quem entenda, ou queira entender, que a Natureza e os animais têm muito para nos ensinar sobre nós mesmos e sobre os outros. Se isso não é importante, então não sei o que é importante. Talvez discutir a cuspidela da Maitê Proença, sei lá.

3 comentários:

Unknown disse...

Apesar de nunca ter lido Eckhart Tolle arrisco uma ideia: - Quando interagimos com um animal somos reconduzidos à realidade do “aqui e agora”. As preocupações, nesses momentos, ficam para lá do horizonte da nossa consciência. Instala-se um efeito apaziguador, terapêutico...

Carla Maia de Almeida disse...

A ideia é exactamente essa, caro (ou cara) PJ.

Anónimo disse...

talvez, mas como a relva do jardim do vizinho e sempre mais verde do que a nossa , acredita que as vezes sonho com um apartamento com vista infinita e muita luz, longe das humidades, ratos e outras bicharadas - sim e uma barbaridade dizer isto mas apetecia-me desabafar ;-) obrigada