quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NO ÚLTIMO DIA DO VERÃO


"E Port dissera: «A morte vem sempre a caminho mas o facto de não sabermos quando chegará parece afastar a natureza finita da vida. É essa terrível precisão que odiamos tanto. Mas, como não sabemos, pensamos que a vida é um poço inesgotável. No entanto, tudo acontece apenas um certo número de vezes, na verdade um número muito reduzido. Quantas vezes mais recordarás, uma tarde que é, tão profundamente, uma parte do teu ser que nem podes conceber a tua vida sem ela? Talvez mais quatro ou cinco vezes. Talvez nem tanto. Quantas vezes mais contemplarás a lua cheia a erguer-se? Talvez vinte. E, no entanto, tudo parece ilimitado.»"

Paul Bowles, O Céu Que Nos Protege, ed. Assírio & Alvim

(Fotografia de Guto Ferreira, tirada na praia do Meco com uma Yashica Electro 35CC dos anos 1970 e filme Agfacolor 100, prazo de validade terminado em Setembro de 2006. O tempo distorceu as cores. E sim, já escrevi isto num post anterior. A minha melancolia é muito repetitiva.)

2 comentários:

Paulo Reis disse...

....e minimal?....

Carla Maia de Almeida disse...

Não, tenho muitos cambiantes... :-)