
Uma cantiga em maluquês
Era uma vez uma vez
esta cantiga maluca
zuca truca bazaruca
toda escrita em maluquês.
Azulada zubidélia
trinca trunca e antimónia
bata lula bulodélia
vale de pisco da parvónia.
Ciberlosa vitis valia
xara tara de tilência
a mistélia da marália
deu-lhe um prato de permência.
Restilhosa ressonância
traz o trancho do tugúrio
risca o visco da vacância
morde o peso da pasmúria.
Era uma vez uma vez
esta cantiga maluca
zuca truca bazaruca
toda escrita em maluquês.
(“Uma cantiga em maluquês”, poema de José Fanha, in Esdrúxulas, Graves e Agudas, Magrinhas e Barrigudas, o mais recente livro da colecção Gramofone, em que cada livro aborda um tema diferente da gramática portuguesa. Comme d’habitude, as ilustrações são de Afonso Cruz.)
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