terça-feira, 16 de novembro de 2010

YOU'RE THE ONE THAT I LOVE




Um daqueles movimentos que surge sabe-se lá de onde no Facebook, terminando de forma tão espontânea como começa, pede às pessoas que elejam um herói de infância (ou de banda desenhada, ainda não percebi bem…) e o coloquem na imagem de perfil. Uns dizem que é para durar até 20 de Novembro, outros que é durante todo o mês. Well… why not? Tenho tantos heróis que é um desperdício não os evocar, a propósito ou a despropósito. Hesitei entre a bela Marianne, “a Pérola de Labuan”, que tanto me impressionou ao morrer de febre nos braços de Sandokan; a enigmática Maya do Espaço: 1999; e a altiva Tigerlily, a princesa índia da história de Peter Pan. São mulheres magníficas. Mas acabei por escolher a personagem mais inspiradora de todas, Sara Crewe, A Little Princess, que moldou a minha confessada anglofilia e deu forma a uma imagem recorrente das figuras heróicas (indomáveis, arrogantes, alumbradas, inconformistas, estóicas...). Dediquei-lhe um longo post aqui: Imaginação e Stiff Upper Lip. As versões cinematográficas que conheço são inenarráveis de tão más, por isso o melhor mesmo é escolher qualquer uma destas capas de livros. A primeira será, talvez, mais bonita, mas a última é mais verdadeira.

2 comentários:

CNS disse...

É verdade. Nunca se esquece a primeira vez que se lê a palavra mansarda. Nem a primeira vez que se repetiu baixinho o nome Ram Dass, na esperança que ele viesse de noite deixar-nos uma ceia e um lume quente.

Carla Maia de Almeida disse...

"Eis o que via: na grelha ardia um belo lume vermelho e, sobre esse lume, estava uma pequena chaleira de cobre, onde a água fervia, a cantar; sobre o sobrado, um espesso tapete vermelho; em frente do lume uma poltrona dobradiça, aberta e cheia de almofadas; junto da poltrona uma mesinha também dobradiça, coberta com uma toalha branca, e sobre a qual se encontravam pratinhos com as suas tampas, uma chávena com o seu pires e um bule; sobre o leito estavam cobertores novos e quentes, assim como um edredão de cetim; ao pé da cama havia um curioso roupão de seda acolchoada, um par de pantufas forradas de pele e alguns livros. O miserável quarto tornara-se um lugar maravilhosos e uma claridade iluminava tudo, porque em cima da mesa havia um bonito candeeiro, com um quebra-luz cor-de-rosa.
Sara olhava, sempre apoiada no cotovelo; o coração batia-lhe desordenadamente."