terça-feira, 28 de junho de 2011

LIVROS VICIANTES




Eu também me lembro. Os Filhos da Droga foi, de longe, o livro que reli mais vezes: 13, para ser exacta. Li-o na edição do Círculo de Leitores (1981), que resistiu até hoje com as mazelas naturais do tempo. Nessa altura, devorei também outros clássicos do género – Viagem ao Mundo da Droga e Perguntem à Alice, por exemplo –, mas foi a vida sórdida e extraordinária de Christiane F. e do namorado prostituto, Detlef, mais a descrição da sua família disfuncional, das amigas Babsi e Stella, dos clientes da Estação do Zoo e dos apartamentos com as alcatifas ensopadas em “caldo” que verdadeiramente me impressionaram. Quando fui pela primeira vez a Berlim, em 1993, comprei um postal na Kurfürstendamm, uma das palavras mais fascinantes do livro, a par de turkey, Mandrax, Valium e Valeron. Adorava saber estas coisas e acredito que ressoem da mesma maneira junto de quem tem hoje 12 ou 13 anos.

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