quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
ESCARPAS
Cruzámos os dias de Verão
o destino perseguia-nos com um ímpeto relutante
a listar calamidades
numa ascensão
por escarpas que tínhamos julgado a salvo
Corríamos o litoral com a nossa turbulenta forma
ou deixávamo-nos imóveis a ponto de parecer mortos
entre beleza, sobreposição e perigo
sem grande esclarecimento
a noite despenhava-se
no silêncio da corrente
O vento do mar já conseguiu acalmar muitos corações
mas os nossos não
(«Escarpas», um poema de José Tolentino Mendonça. Do livro Estação Central, Assírio & Alvim, 2012.)
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