terça-feira, 5 de novembro de 2013

BOLOTA, A LOBA


Bolota nasceu no Verão de 2012, na mesma altura em que submergi na escrita do Irmão Lobo. É agora uma loba juvenil, a mais nova dos dez animais que habitam o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, situado entre Mafra e a Malveira. Estive lá no último sábado, para uma das visitas guiadas que acontecem aos fins-de-semana, graças ao empenho dos voluntários que contribuem para o trabalho desta organização não-governamental. Ali, os lobos vivem em segurança após terem sido retirados de cativeiros ilegais ou jardins zoológicos que não os querem/podem albergar por mais tempo. A reintrodução nos habitats não é uma opção. Encontrá-los à vista desarmada é sempre incerto, mas com a ajuda de binóculos todo o grupo conseguiu ver pelo menos três animais, dormindo ou em movimento. Foi uma emoção, quer para os adultos quer para as crianças. A Bolota não apareceu. Só a Faia, a progenitora, também presente nesta fotografia (o pai, Soajo, morreu depois de ela nascer). Para quem não tenha lido o Irmão Lobo, Bolota é o nome da narradora, uma adolescente de 15 anos que recorda uma estranha aventura on the road passada na infância, bem como a separação dramática da sua «tribo» familiar. Claro que não sabia da existência de Bolota, a loba, até ao último sábado. Chamem-lhe coincidência. Eu prefiro chamar-lhe a manifestação das coisas escondidas.