sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
BEST OF 2013: A BELA HISTÓRIA DE O PRINCIPEZINHO
Saint-Exupéry entregou-se de alma e coração à composição deste álbum singular, que não se parece com nenhum outro e, no entanto, é rico em referências. O autor ilustrou-o com as suas próprias aguarelas (facto raro que deve ser sublinhado); quis que fosse criado à sua imagem e semelhança mas dirigindo-se a todos. Quis que os seus leitores o reconhecessem no livro, pelos inúmeros ecos biográficos que o ligam à obra e à sua história pessoal, mas quis também que se reconhecessem a si próprios, apelando à memória da infância. É esta a magia e a graça de uma narrativa que nunca se deixa dominar completamente.
A Bela História de O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, Presença, 2013.
[Há livros que se esgotam na sua época e livros que estão em permanente actualização, mercê da transversalidade de leituras e de uma profundidade simbólica incessante. É o caso de O Principezinho, mas também de Alice no País das Maravilhas, Winnie-the-Pooh ou Peter Pan. O que há de novo nesta edição da Presença não é o texto de Saint-Exupéry, mas o interessantíssimo dossier que o acompanha. Desde o enquadramento histórico da primeira edição americana, em 1943, até aos testemunhos de amigos e amores, passando por excertos de outros livros, desenhos e esboços do autor, fotografias de época, reproduções de capas, um capítulo inédito e, last but not least, um conjunto de textos ensaísticos que reflectem sobre os temas literários, filosóficos, simbólicos e mitológicos da obra. Verdadeiramente imprescindível.]
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