terça-feira, 13 de maio de 2014

O MAPA NÃO É O TERRITÓRIO


Os 20 livros imprescindíveis que é preciso ler durante a infância: este guia de sugestões de leitura das lojas Imaginarium já existe há pelo menos um ano, mas confesso que só ontem tropecei nele. Não tem assinatura da equipa nem do atelier que o produziu. Está bem escrito e bem organizado; e quase todas as escolhas são, de facto, imprescindíveis para o contacto com a nata dos livros para a infância: Leo Lionni, Maurice Sendak, Tomi Ungerer, Arnold Lobel e outros nomes de primeira água. Parece-me sintomático, em época de contenção sedimentada de custos para a Cultura e Educação (o que é que isso interessa?), que estas iniciativas partam de empresas privadas. O ano passado, a Fnac foi mais abrangente e lançou o guia Biblioteca Fnac Kids - 100 livros que crescem contigo. A selecção também era bastante criteriosa,  mas a edição e revisão de texto deixavam algo a desejar, e este é um dos aspectos perniciosos da livre iniciativa: fazer o vulgo acreditar que «para quem é, bacalhau basta», «tão bonzinhos que nós somos», «é grátis, agradeça» e outras falácias do género. O problema é quando, por força de nos preocuparmos demasiado com a estrita sobrevivência, nos contentamos com pouco e deixamos de acreditar que merecemos o melhor. Dar e receber o melhor, sempre.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quantos livros de portugueses há na lista feita pelos espanhóis da Imaginarium?

Quantas pessoas sabem que a lista da Fnac é um folheto publicitário, com títulos só das editoras dispostas a pagar a respetiva inserção?

Carla Maia de Almeida disse...

A este propósito, mantive hoje uma "espécie de diálogo" com a Ana Margarida Ramos, na minha página do Facebook. Elucidativo, de facto.