«La Fontaine escreveu verdadeiramente a comédia humana dos animais», afirmou Pinheiro Chagas, escritor, jornalista e político que, no século XIX, comentava a importância da obra de Jean de La Fontaine (1621-1695), dada à estampa pela primeira vez dois séculos antes. Com outros textos introdutórios assinados por Teófilo Braga e Ramalho Ortigão, além do próprio La Fontaine, surge agora uma nova edição das mais de 200 fábulas ilustradas por Gustave Doré. São dois volumes com cerca de 400 páginas, publicados em exclusivo pelo Círculo de Leitores, com o aliciante de serem lançados com 50 por cento de desconto (17,90 € cada). Não são leituras de Verão, são de todas as estações.
Adenda ao post: acabo de reparar, hélas, que os textos desta edição são traduzidos por poetas portugueses e brasileiros do século XIX, árcades como Curvo Semedo ou Filinto Elísio, esses «mazorros sensaborões» que tanto irritavam Eça de Queirós, quando perguntava, de Inglaterra, «o que é que em Portugal lêem as pobres crianças». Bom, é pena não termos direito a traduções mais frescas... Haverá que ler com atenção, mas fica desde já o aviso: cuidado para não tropeçar nos arrebiques e gongorismos da linguagem.
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