segunda-feira, 23 de março de 2015

CADA CASA A SEU DONO


A poucos dias do início da 52ª Feira do Livro de Bolonha, lembramos uma obra distinguida com uma menção honrosa na edição do ano passado, recentemente traduzida por cá: Mâos à Obra: Cada Casa a Seu Dono, de Didier Cornille, autor do texto e da ilustração. O título em português reverte para uma ideia-mestra da arquitectura (as casas são pensadas para as pessoas); enquanto o original, em francês, acentua a preocupação do seu enquadramento no meio envolvente: Toutes les Maisons sont Dans la Nature. As duas interpretações completam-se. Ao todo, são onze casas revolucionárias da arquitectura do nosso tempo, desde a holandesa Casa Schroder, de Gerrit Rietveld (1929), até à londrina casa-ateliê dos arquitectos Sarah Wigglesworth e Jeremy Till (2002). Para a edição portuguesa da Orfeu Negro, Didier Cornille acrescentou um capítulo sobre Siza Vieira e a sua Casa Beires, na Póvoa de Varzim (1976), além de outros edifícios emblemáticos. Sem máculas no que toca à unidade conceptual e à intenção informativa, Mãos à Obra: Cada Casa a seu Dono torna-se um objecto comunicante graças aos indícios de humanidade deixados pelo autor, também ele formado em design e arquitectura, e à sua valorização do «porquê das casas». Uma maravilha.

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