Coisas que se descobrem sem querer:
«Lembro-me de ouvir a Blanche dizer que o Kalkitos ainda ia«acabar mal», mas naquela altura eu achava que nada de grave podia acontecer a um rapaz de boas famílias. Porque haveria sempre uma família boa para o adotar, se a outra família menos boa não o quisesse. Devia ser uma maravilha ter vários pais e várias mães, pensava eu, aos oito anos. Muito melhor do que ter uma única família e não poder escolher, como era o nosso caso.»
Quando escrevi este parágrafo do Irmão Lobo (p. 77, 1ª edição) nunca
tinha ouvido falar do povo Mossi, cujas crianças têm «uma dezena de pais
disponíveis no seu ambiente familiar», sendo que o preferido nem sempre
coincide com o progenitor. Mais: para os Mossi, «os lares ocidentais
são estritamente esqueléticos... Como vir a ser homem em lugares onde
apenas nos é atribuído um só pai? E que fazer se este último não nos
convém?» (in XY - A Identidade Masculina, Elisabeth Badinter)
Coisas de povos primitivos e da imaginação das crianças...
Coisas de povos primitivos e da imaginação das crianças...
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