E vão onze. Este já estava escrito há algum tempo e a aguardar calendário para publicação. É uma biografia para os mais novos de Álvaro Siza Vieira, que completou 83 anos neste Verão, inserida na colecção «Chamo-me...» (Didáctica Editora) e com ilustrações de João Concha. Escrevi-a com um certo peso na consciência por não perceber nada de arquitectura, mas entre os nomes biografáveis tinha mesmo que escolher alguém de Matosinhos. Começa assim:
«Sabes o que é um arquitecto? Se fores procurar o significado da palavra ao dicionário (eu sei que sabes, mas procura na mesma) vais poder ler, por exemplo, que um arquitecto é alguém «que projecta ou dirige construções de edifícios». OK, até aqui é fácil. Começas logo a pensar em cidades, casas, fábricas, estádios de futebol, centros comerciais e esse género de lugares por onde passa sempre muita gente. Inclusive tu. Mas logo a seguir o mesmo dicionário diz que um arquitecto «é o que projecta ou idealiza qualquer coisa». Hum… Parece mais interessante.
Projectar ou idealizar quer dizer dar forma concreta a uma ideia que passa pela nossa cabeça e fica lá o tempo suficiente para não ser varrida por outra ideia qualquer. Portanto, se calhar, todos podemos ser arquitectos à nossa maneira, já que todos sabemos usar a cabeça, certo?
Lembras-te de quando
eras muito pequeno e tentavas encavalitar cubos de madeira uns nos outros? Não?
Espera lá, talvez os cubos de madeira não sejam brinquedos do teu tempo… Mas lembras-te,
com certeza, das construções de legos. Ora aí está! Podemos ser arquitectos de
brinquedos. E já viste alguém bater claras de ovo em castelo até elas ficarem
completamente brancas e tão leves como bocados soltos de nuvens? Pronto, é isso.
Também podemos ser arquitectos de bolos.
Agora vou dizer-te uma
coisa que talvez te deixe surpreendido, mas juro-te que está escrita no meu dicionário.
É incrível, mas aqui diz que um arquitecto pode ser «Deus». Hã?! Como é que é
isso? Um «arquitecto» pode ser sinónimo de «Deus»? Hum… Isto parece ainda mais interessante. Quer dizer que,
no fundo, um arquitecto é um criador. Bom, eu prometo-te que vamos voltar a
este assunto, mas, para já, há algumas coisas que te quero contar sobre mim.»
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