Janet Frame, a escritora contemporânea mais distinguida da Nova Zelândia, várias vezes citada para o Nobel da Literatura, morreu a 29 de Janeiro de 2004, faz hoje cinco anos. Discreta, solitária, cultivou uma existência dedicada à escrita, fora das luzes da ribalta. Internada num hospital psiquiátrico na juventude, sobreviveu a 200 electrochoques e a uma lobotomia, cancelada in extremis quando um médico soube que o seu primeiro livro de contos tinha recebido um prémio literário. É um daqueles casos em que se pode dizer com propriedade que a escrita salva. Entre 1951 e 1988, escreveu mais contos e novelas, poesia, um livro para crianças, uma autobiografia e onze romances. Em Portugal, apenas um se encontra traduzido: Os Cárpatos no Nosso Jardim (Caminho, 2004, tradução de António Costa Santos). Frame continua a ser aqui mais conhecida pela biografia cinematográfica de Jane Campion (também neozelandesa), o belíssimo Um Anjo à Minha Mesa. Que hei-de dizer? É apenas um dos cinco filmes que levaria para uma ilha deserta.
(Capa da biografia assinada por Michael King, Wrestling With the Angel: A Life of Janet Frame, publicada em 2000)
(Capa da biografia assinada por Michael King, Wrestling With the Angel: A Life of Janet Frame, publicada em 2000)
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