quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

RECTIFICAÇÃO


Janet Frame está associada a um episódio que preferia esquecer. Comprei o livro cuja capa reproduzo aqui na Smith’s Bookshop, uma livraria de Christchurch, na ilha Sul da Nova Zelândia, em 2003. Uns meses depois deu matéria para o primeiro texto publicado na LER, na altura sob a direcção de Mafalda Lopes da Costa (“Uma livraria nos antípodas”, nº 59). Mas cometi um erro crasso, imperdoável, vergonhoso, digno das mais duras penas e das mais amargas mortificações… Escrevi Owls Don’t Cry em vez de Owls Do Cry. Provavelmente deixei-me levar pela canção dos Cure, Boys Don’t Cry. Não sei. Mas não houve oportunidade de fazer a rectificação. Um ano depois, quando voltei a Christchurch, achei por bem passar pela Smith’s Bookshop e cumprimentar o dono. Tinha-lhe enviado a revista, entretanto. Ele não percebeu uma palavra em português do artigo, mas fixou-se nos títulos dos livros citados. E a primeira coisa que disse, logo a seguir a um “olá” mal amanhado, foi: “Enganou-se no título. Escreveu Owls Don’t Cry.” Eu engoli em seco. Ele tinha razão, mas escusava de mostrar tanta razão. Faz uma pessoa 25 mil quilómetros de um lado ao outro do mundo para isto.

1 comentário:

dora disse...

: )

(and boys do cry, also.
E os The Cure sabiam-no:
laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
)