“Versh pôs-me no chão e entrámos no quarto da Mãe. Havia um fogo. Estava a subir e a descer nas paredes. Havia outro fogo no espelho. Eu podia cheirar a doença. Era um pano dobrado na cabeça da Mãe. O cabelo dela espalhava-se na almofada. O fogo não lhe chegava, mas brilhava-lhe na mão, onde os anéis dela estremeciam.”
(O Som e a Fúria, William Faulkner, Portugália Editora, tradução do inglês por Mário Henrique Leiria e H. Santos Carvalho, pág. 66)
Hoje, às 17h00, a companhia Elevator Repair Service estará na Culturgest para terceira e última representação do texto de William Faulkner, uma versão praticamente intacta da primeira parte de O Som e a Fúria. Actores em estado de graça (Susie Sokol no papel de Benjy em criança, impressionante) numa encenação que articula toda a polifonia de vozes narrativas, tempos e espaços diversos do romance no cenário de “uma sala de estar intemporal de uma família sulista”. O encenador John Collins afirma, na entrevista reproduzida no programa, que tudo começou com a imagem da casa da avó quando era criança: “Pensava nessa sala como um pouco assustadora e misteriosa. Estava sempre um pouco escura e tinha uma colecção de mobílias de épocas diferentes. O poder estranho que eu atribuía a essa sala permaneceu comigo. Portanto imaginei que seria um bom substituto para o cérebro sombrio, perturbado e misterioso de Benjy.”
Já não vale a pena ir comprar bilhetes. Está esgotadíssimo.
(O Som e a Fúria, William Faulkner, Portugália Editora, tradução do inglês por Mário Henrique Leiria e H. Santos Carvalho, pág. 66)
Hoje, às 17h00, a companhia Elevator Repair Service estará na Culturgest para terceira e última representação do texto de William Faulkner, uma versão praticamente intacta da primeira parte de O Som e a Fúria. Actores em estado de graça (Susie Sokol no papel de Benjy em criança, impressionante) numa encenação que articula toda a polifonia de vozes narrativas, tempos e espaços diversos do romance no cenário de “uma sala de estar intemporal de uma família sulista”. O encenador John Collins afirma, na entrevista reproduzida no programa, que tudo começou com a imagem da casa da avó quando era criança: “Pensava nessa sala como um pouco assustadora e misteriosa. Estava sempre um pouco escura e tinha uma colecção de mobílias de épocas diferentes. O poder estranho que eu atribuía a essa sala permaneceu comigo. Portanto imaginei que seria um bom substituto para o cérebro sombrio, perturbado e misterioso de Benjy.”
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