Mais uma pérola de outros tempos desencantada nas estantes da livraria Sá da Costa, que aqui reproduzo abreviadamente. O autor é o mesmo das inefáveis Flores Para Crianças, “um dos maiores escritores de literatura infanto-juvenil da actualidade”, segundo definição do próprio. Comentários para quê? É um case-study português.
“Branca de Neve brincava
com mil brinquedos que tinha,
nada a ela lhe faltava
em sua rica casinha.
Tinha bonecas que andavam,
carrinhos e caminhetas,
tinha aviões que voavam,
pianos, tambores e cornetas.
(…)
Tinha tudo, assim parecia,
mas é bom de adivinhar
que faltava companhia
para com ela brincar.
E ao Caracol perguntou
o que havia de fazer.
– Pede à Fada – explicou –
tudo o que desejas ter.
Quero uma menina, Fada,
p’ra brincar sempre comigo.
E logo a nova criada
trouxe uma filha consigo.
Era triste o seu olhar,
muito bom seu coração,
mas nem sabia brincar.
Era a Negra de Carvão.
(…)
“Branca de Neve brincava
com mil brinquedos que tinha,
nada a ela lhe faltava
em sua rica casinha.
Tinha bonecas que andavam,
carrinhos e caminhetas,
tinha aviões que voavam,
pianos, tambores e cornetas.
(…)
Tinha tudo, assim parecia,
mas é bom de adivinhar
que faltava companhia
para com ela brincar.
E ao Caracol perguntou
o que havia de fazer.
– Pede à Fada – explicou –
tudo o que desejas ter.
Quero uma menina, Fada,
p’ra brincar sempre comigo.
E logo a nova criada
trouxe uma filha consigo.
Era triste o seu olhar,
muito bom seu coração,
mas nem sabia brincar.
Era a Negra de Carvão.
(…)
Branca deixou-a brincar
com os brinquedos que tinha,
Negrita ficou a olhar
boca aberta, pasmadinha.
(…)
Foi um dia de encantar!
Sonhavam ser sempre assim…
Mas não as deixam brincar
e o princípio fez-se fim!
- Menina Branca de Neve
não posso brincar consigo:
sua Mãezinha me teve
duas horas de castigo.
Branca de Neve correu
a saber qual a razão
do castigo que a Mãe deu
à Negrita de Carvão.
- Na cozinha a lavar
ou limpando o corredor
é que a preta deve estar.
Ela é pobre e doutra cor!
(…)
[Porque receio bem nesta altura já ter perdido os meus últimos cinco leitores, aqui fica o já final da história e respectiva moral.]
Branca aprendera a lavar,
a engomar e a coser,
Negrita a saber brincar,
a bem ler e a escrever.
[Que bonito.]
com os brinquedos que tinha,
Negrita ficou a olhar
boca aberta, pasmadinha.
(…)
Foi um dia de encantar!
Sonhavam ser sempre assim…
Mas não as deixam brincar
e o princípio fez-se fim!
- Menina Branca de Neve
não posso brincar consigo:
sua Mãezinha me teve
duas horas de castigo.
Branca de Neve correu
a saber qual a razão
do castigo que a Mãe deu
à Negrita de Carvão.
- Na cozinha a lavar
ou limpando o corredor
é que a preta deve estar.
Ela é pobre e doutra cor!
(…)
[Porque receio bem nesta altura já ter perdido os meus últimos cinco leitores, aqui fica o já final da história e respectiva moral.]
Branca aprendera a lavar,
a engomar e a coser,
Negrita a saber brincar,
a bem ler e a escrever.
[Que bonito.]
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