Rafa e a Liberdade
Fátima Pombo
Trinta por Uma Linha
Não é fácil escrever para adolescentes, sobretudo quando se envereda por um registo afastado dos ambientes de mistério ou magia. Vencedora do Prémio Fnac/Teorema de 2002, com O Desenhador, Fátima Pombo impõe-se pelo sentido de ritmo narrativo, a que não será alheia a sua formação superior em música. Mais: as descrições não descambam em lições de história; os diálogos evitam expressões pré-datadas (como «bué da nice» e afins); e os personagens são mais do que kalkitos presos à sua bidimensionalidade. Dito isto, é preciso notar que as aventuras de Rafa – já em segundo volume – não se parecem com as de qualquer rapaz de 15 anos. Rafa é catalão, vive entre Girona e Barcelona, é filho de pais divorciados que passam férias no sul de França e vão a restaurantes de sushi. Gosta de jazz, conhece o Palau de la Musica e lê (com algum esforço) Haruki Murakami, por influência de uma rapariga esperta e bem-humorada. Apesar das aparentes facilidades, as suas inquietações e medos são semelhantes aos de qualquer adolescente. Numa viagem solitária que o leva de Barcelona a Matosinhos, Rafa não hesita e escolhe «a estrada menos percorrida».
(Texto publicado na LER nº 82)
Fátima Pombo
Trinta por Uma Linha
Não é fácil escrever para adolescentes, sobretudo quando se envereda por um registo afastado dos ambientes de mistério ou magia. Vencedora do Prémio Fnac/Teorema de 2002, com O Desenhador, Fátima Pombo impõe-se pelo sentido de ritmo narrativo, a que não será alheia a sua formação superior em música. Mais: as descrições não descambam em lições de história; os diálogos evitam expressões pré-datadas (como «bué da nice» e afins); e os personagens são mais do que kalkitos presos à sua bidimensionalidade. Dito isto, é preciso notar que as aventuras de Rafa – já em segundo volume – não se parecem com as de qualquer rapaz de 15 anos. Rafa é catalão, vive entre Girona e Barcelona, é filho de pais divorciados que passam férias no sul de França e vão a restaurantes de sushi. Gosta de jazz, conhece o Palau de la Musica e lê (com algum esforço) Haruki Murakami, por influência de uma rapariga esperta e bem-humorada. Apesar das aparentes facilidades, as suas inquietações e medos são semelhantes aos de qualquer adolescente. Numa viagem solitária que o leva de Barcelona a Matosinhos, Rafa não hesita e escolhe «a estrada menos percorrida».
(Texto publicado na LER nº 82)
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