Nos últimos três ou quatro anos, Helena de Sousa Freitas, jornalista da LUSA, andou ocupada com a investigação para uma tese de mestrado sobre o DN Jovem, suplemento do Diário de Notícias que surgiu em 1983 e tornou as terças-feiras indispensáveis a tanta gente da minha geração. A pergunta a que a Helena procurou responder: “Que mudanças se operaram em torno do DN Jovem com a sua transformação de caderno impresso a suplemento digital?”. Ao todo, somam-se 250 páginas (mais 200 de anexos), 25 imagens, 475 notas de rodapé e uma bibliografia com 65 livros, 80 artigos científicos e 45 artigos da imprensa. Em síntese:
“Publicado pela primeira vez em Maio de 1983, o DN Jovem (DNJ) foi, por mais de 20 anos, berço de jornalistas, escritores, fotógrafos e ilustradores. O suplemento do Diário de Notícias (DN) sofreu, contudo, um duro revés em Junho de 1996, com a migração para uma Internet então inacessível à generalidade dos portugueses. A sua última edição neste suporte foi em Março de 2007, quando faltava cerca de um ano para celebrar um quarto de século. A nossa investigação procurou enquadrar e compreender uma transição que consideramos prematura e fê-lo no plano externo ao DN, à luz da dicotomia papel versus digital, e no plano interno, averiguando que leitura do DNJ era feita pela Administração/Direcção e pelo departamento comercial do jornal que o publicava.”
A tese foi defendida há uma semana, no ISCTE, com a classificação unânime do júri, constituído por três sociólogos: António Firmino da Costa, Fernando Almeida e José Rebelo (este último, orientador da dissertação). A saber: “Muito bom”, nota máxima. Apenas alguns dos comentários: “Uma dissertação que se lê como um romance”; “um daqueles raros trabalhos que nos vai deixar saudades de como eram os mestrados antes do Processo de Bolonha”; “um trabalho que revela uma capacidade de pensar criticamente a profissão, não apenas a nível académico mas também de cidadania, e que mostra as consequências de se tomarem decisões apenas com base em razões economicistas”.
Conhecendo a Helena de Sousa Freitas e tendo acompanhado à distância este trabalho feito de persistência, honestidade e rigor, sei que tudo isto é verdade; ela faz parte daquele escassíssimo grupo de pessoas a quem o desencanto com os meandros da profissão (tudo o que não tem a ver com o jornalismo, basicamente) não conseguiu roubar o que há de mais essencial. Porque é dela.
“Publicado pela primeira vez em Maio de 1983, o DN Jovem (DNJ) foi, por mais de 20 anos, berço de jornalistas, escritores, fotógrafos e ilustradores. O suplemento do Diário de Notícias (DN) sofreu, contudo, um duro revés em Junho de 1996, com a migração para uma Internet então inacessível à generalidade dos portugueses. A sua última edição neste suporte foi em Março de 2007, quando faltava cerca de um ano para celebrar um quarto de século. A nossa investigação procurou enquadrar e compreender uma transição que consideramos prematura e fê-lo no plano externo ao DN, à luz da dicotomia papel versus digital, e no plano interno, averiguando que leitura do DNJ era feita pela Administração/Direcção e pelo departamento comercial do jornal que o publicava.”
A tese foi defendida há uma semana, no ISCTE, com a classificação unânime do júri, constituído por três sociólogos: António Firmino da Costa, Fernando Almeida e José Rebelo (este último, orientador da dissertação). A saber: “Muito bom”, nota máxima. Apenas alguns dos comentários: “Uma dissertação que se lê como um romance”; “um daqueles raros trabalhos que nos vai deixar saudades de como eram os mestrados antes do Processo de Bolonha”; “um trabalho que revela uma capacidade de pensar criticamente a profissão, não apenas a nível académico mas também de cidadania, e que mostra as consequências de se tomarem decisões apenas com base em razões economicistas”.
Conhecendo a Helena de Sousa Freitas e tendo acompanhado à distância este trabalho feito de persistência, honestidade e rigor, sei que tudo isto é verdade; ela faz parte daquele escassíssimo grupo de pessoas a quem o desencanto com os meandros da profissão (tudo o que não tem a ver com o jornalismo, basicamente) não conseguiu roubar o que há de mais essencial. Porque é dela.
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