É já amanhã de manhã que vou fazer a primeira das oficinas “Como Escolher Livros Para Crianças”, uma ideia que propus e que a Livraria Cabeçudos acolheu prontamente, inserindo-a no seu programa de actividades para crianças e adultos. Espero que possa ser continuada noutras livrarias, bibliotecas, associações ou qualquer espaço onde haja pais e pessoas interessadas em fazer escolhas mais informadas.
Não sei se é exacto chamar-lhe uma “oficina”, porque não haverá uma parte prática de interacção com o público, além da habitual e desejável troca de ideias e perguntas a que tentarei responder. Também é pretensioso chamar-lhe uma “formação”, já que se destina a um público generalista que compra livros para crianças e se sente, com toda a razão, desorientado no meio de tanta coisa para escolher. Chamemos-lhe, talvez, uma "acção", já que estamos em maré de agir.
Não sei se é exacto chamar-lhe uma “oficina”, porque não haverá uma parte prática de interacção com o público, além da habitual e desejável troca de ideias e perguntas a que tentarei responder. Também é pretensioso chamar-lhe uma “formação”, já que se destina a um público generalista que compra livros para crianças e se sente, com toda a razão, desorientado no meio de tanta coisa para escolher. Chamemos-lhe, talvez, uma "acção", já que estamos em maré de agir.
Nas livrarias, faço as minhas observações distanciadas nas secções infanto-juvenis e constato que, a maior parte das vezes, os pais (ou avós, ou tios, ou educadores…) não sabem por onde começar, nem descodificar os critérios de selecção. Vejo também, muitas vezes, livreiros (sobretudo nas lojas das grandes cadeias livreiras) a dizer “este está no Plano Nacional de Leitura”, usando isso como factor exclusivo de recomendação, e conheço poucos que realmente percebem e se interessam por esta área. Mas não se amofinem já, que também conheço muitas e honrosas excepções!
O que está em destaque nos escaparates não é necessariamente o melhor, mas também não tenho uma visão sacralizada do livro e acho que tudo tem o seu lugar (nem que seja a reciclagem). Mutatis mutandis: “It’s only rock’n’roll but I like it”, como cantavam os Stones. Adoro o Peter Pan e o O Vento nos Salgueiros, mas um bom atlas ilustrado também me deixa entusiasmada, como muitos outros livros informativos – tantas vezes com mais mundos lá dentro do que a ficção. Vou mostrar livros, claro, muitos livros que considero bons e recomendáveis – e também alguns exemplos contrários. Quem não gostar, paciência.
Citando o post anterior e um dos meus “gurus”, Peter Hunt, considero que pensar é fundamental em tudo o que tem a ver com os livros para crianças e adolescentes, seja do ponto de vista da produção editorial, da teoria crítica ou da estética da recepção. Aliás, não há outra alternativa. É por isso que amanhã não vou fornecer nenhuma “lista de livros recomendados pela CMA”. Vou falar da nossa responsabilidade pessoal, enquanto adultos, e da importância de termos os nossos valores bem presentes, na altura de escolher um livro para crianças. Dir-me-ão, talvez, que é um caminho perigoso, que também o Estado Novo emulou livros sem qualquer qualidade, a coberto de uma ideologia de “valores pátrios”. Calma. Ninguém vai vender radicalismos. Vamos começar por usar o bom senso. É o primeiro passo para se começar a pensar.
Para mais informações e inscrições, é favor consultar aqui o site da Cabeçudos.
(Muito obrigada ao blogue O Bicho dos Livros pela divulgação desta ideia. E também ao Cadeirão Voltaire.)
3 comentários:
a hora? Obrigada.
Das 10h30 às 13h30, com um intervalo pelo meio. Já corrigi o link da Cabeçudos, agora vai dar directamente à página da actividade. Obrigada!
Não resisti a comentar a opinião de Steiner, postada por você, quanto à supremacia de Lobo Antunes sobre Saramago. A questão é instigante.
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