Na
última Feira do Livro de Lisboa, comprei, ao preço da chuva, meia dúzia de
edições originais da Abril, editora brasileira que nos anos 70 publicava a
banda desenhada do nosso contentamento. Zé Carioca, O Pato Donald, Mônica,
Cebolinha, Os Monstrinhos, Luluzinha, Disney Especial... Achei até uma raridade
de 1976: uma banda desenhada de Li’l Abner, o hillbilly americano criado por
All Capp durante a Grande Depressão, que chegou cá com o nome Ferdinando
Buscapé (quem se lembra?).
Emocionante,
mesmo, foi reencontrar algumas páginas de publicidade que naquele tempo
mostravam que o Brasil já estava muito à frente, enquanto nós gramávamos os
anúncios da margarina Planta. Esta, dos jeans Staroup, era absolutamente fascinante, na sua sugestão de liberdade e sensualidade inocente (ou não) que por cá só
encontrava paralelo – numa perspectiva didáctica – na famosa Enciclopédia da
Vida Sexual, da Verbo. Imagino que as doutas consciências a achem politicamente
incorrecta, tal como o slogan: “Agora criança também pode.” Para mim, foi todo um
imaginário que se acendeu.
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