domingo, 21 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
DOMINÓ DAS CASAS
Passei os últimos meses obcecada com a lembrança deste dominó da minha irmã mais nova, um dos jogos mais memoráveis da nossa infância; não tanto pelo jogo em si, mas pela possibilidade que me dava de imaginar mundos diferentes e arranjar casamentos improváveis entre as figuras. A cigana com o cowboy. O italiano com a romena. O inglês com a bretã. O índio com a cambojana. E depois havia as palavras raras, que eu saboreava como um mistério à minha medida: «cubata malgaxe», «isba russa», «coliba romena», «sampana chinês», «choça marroquina»... Ficou-me na ideia a graciosidade bamboleante da rapariga taitiana e a arquitectura robusta das casas do norte da Europa. Ainda hoje, quando fecho os olhos, parece que sinto o cheiro da relva que cobria o telhado do chalé sueco. Como devia ser bom fazer crescer flores mesmo por cima dos nossos sonhos.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
DO BOM USO DO TEMPO
Mais dois livros informativos que vale a pena conhecer. De Fernanda Botelho, com ilustrações de Sara Simões, Salada de Flores e Sementes à Solta são um convite às primeiras descobertas sobre botânica, alimentação e medicinas naturais, temas amplamente divulgados no blogue da autora: Malva Silvestre.
HISTÓRIA INTERMINÁVEL
Especialmente para miúdos em «idade enciclopédica» (8-10 anos), aí está um novo título da colecção O Mundo que nos Rodeia (ed. Texto), um dos melhores exemplos de livros informativos ilustrados que por cá se publicam. Na mesma colecção: A História das Invenções, A História da Pintura, A História da Ciência e A História da Astronomia e do Espaço.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
DE FÉRIAS COM O PATO LÓGICO
segunda-feira, 8 de julho de 2013
GRANDE MUNDO
O Mundo num Segundo, uma das primeiras obras do catálogo do Planeta Tangerina, acaba de ser reeditado num formato maior do que o original publicado em 2008 (um quadrado com cerca de 15 cm de lado), permitindo assim uma apreensão mais fácil dos infinitos pormenores destes cenários multiqualquercoisa. É uma reedição há muito esperada e que agradará à maioria, sobretudo a bibliotecários e promotores da leitura, a braços com a dificuldade de o mostrar "ao longe". Numa altura em que existe um certo fenómeno de "o rei vai nu" à volta da ilustração disforme e esgrouvinhada, é um prazer reencontrar estas páginas tão bem desenhadas por Bernardo Carvalho. Ouçam-no, juntamente com Isabel Minhós Martins (autora do texto) neste pequeno video do Letra Pequena.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
O TAPETE MÁGICO
Desconhecida do comum dos leitores, a força da ilustração iraniana já não surpreende, pelo menos, quem vai regularmente à Feira do Livro Infantil de Bolonha. Mas a singularidade de O Jardim de Babai deve-se mais à sua riqueza interpretativa do que ao convite a um olhar exótico, patente na edição bilingue (português e persa) e na possibilidade de leitura em sentidos contrários. Tal como uma tecelagem que se faz e desfaz, pegando por um fio ou por outro, o que encontramos no âmago desta belíssimo livro é, acima de tudo, uma reflexão sobre a integridade do ser. No centro do jardim que é também um tapete – dois símbolos antiquíssimos da ordem e da proporção –, está sempre a mesma figura concêntrica de Babai (sinónimo infantil para “cordeirinho”), ela própria desenhada como um jardim e um tapete. Filha de mãe belga e pai iraniano, Mandana Sadat (Bruxelas, 1971) recorre à iconografia islâmica, onde se destaca a geometria simbólica do número quatro e os elementos sagrados da natureza rodeando o centro. “Depois de muito procurar, encontrei esta parcela de terra soalheira junto a uma nascente”, diz Babai. E assim começou a cultivar o seu jardim.
O Jardim de Babai
Mandana Sadat
Tradução de Dora Batalim
Bruaá
(Texto publicado na edição 126 da revista LER.)
Subscrever:
Mensagens (Atom)