(...) No Dicionário
de Lugares Imaginários, Alberto Manguel nota que «a organização social dos
Mumins centra-se em torno da família e não existem instituições governamentais
formais.» Perturbada pela Segunda Guerra Mundial, em que a Finlândia tomou
parte ativa, acabando do lado dos perdedores, Tove Jansson inspirou-se na sua
própria família e no círculo de amigos, refletindo valores pessoais e também identitários
da sociedade finlandesa. Tolerância, respeito pelo indivíduo, união familiar e
cortesia enformam todas as histórias dos Mumins, editadas entre 1945 e 1970 e traduzidas
em mais de 30 línguas. Em 1966, Jansson recebeu o Prémio Hans Christian
Andersen pelo conjunto da sua obra literária, também extensiva ao público
adulto.
Publicados pela Caminho no início da década de
1990, com tradução de Mafalda Eliseu (agora revista), os dois volumes
reeditados pela Relógio d’Água há muito que faziam falta nas livrarias. Por
ordem cronológica, A Família dos Mumins
é o terceiro título da série, originalmente publicado em 1948 (O Cometa na Terra dos Mumins é de 1946).
A opção explica-se facilmente: foi o primeiro a ser traduzido para inglês, com
grande êxito, trazendo visibilidade a uma obra demasiado universal para ficar
restringida às fronteiras nórdicas.
(in LER nº 140, secção «Leituras Miúdas»)
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