sexta-feira, 15 de julho de 2016

4º FESTIVAL WHITE RAVENS, 2


Amanhã vou estar aqui, em Munique, no Castelo de Blutenburg, onde desde 1983 se encontra a maior colecção de livros infantojuvenis dos últimos 400 anos... Na edição da Blimunda de Abril há um belo artigo de Andreia Brites sobre a biblioteca idealizada pela jornalista e escritora Jella Lepman, em 1945, durante o deserto emocional do pós-guerra, como tentativa de resposta a uma ferida indelével. São mais de 610 mil livros em 130 línguas, uma mistura de Babel e Alexandria, eu sei lá. Sinto-me como se estivesse a olhar para o céu, sem saber como vou conseguir contar as estrelas e por onde começar. Espero que não me dê um treco quando chegar, porque não é todos os dias que os sonhos se cumprem (a última foi há 13 anos, quando viajei sozinha pela Nova Zelândia). Já tinha dado muitas voltas à cabeça, a imaginar como é que raio eu ia conseguir entrar neste palácio encantado, de preferência sem me endividar, e eis que tudo acontece num ápice. A publicação do Irmão Lobo em alemão deu origem ao convite para estar na edição deste ano do Festival White Ravens, ao lado de mais 13 escritores e ilustradores de 11 países: Alemanha, Áustria, Arábia Saudita, Dinamarca, Estónia, Estados Unidos da América, França, Grã-Bretanha, Holanda, Portugal e Rússia. Vamos fazer centenas de quilómetros entre Munique e outras cidades da Baviera. Vai ser uma loucura. Vai ser uma canseira. Vai ser fantástico.

Porque os sonhos não se cumprem sozinhos, quero agradecer do coração à Isabel Minhós Martins e à equipa da Planeta Tangerina, que editou o Irmão Lobo; ao António Jorge Gonçalves, pelas suas preciosas ilustrações; à equipa da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, que tanto tem apoiado a edição e a ilustração portuguesa no estrangeiro; à Helga Preugschat, que se bateu pela edição alemã do Irmão Lobo na editora Fischer Sauerlander; à Claudia Stein, por todo o cuidado posto na tradução; ao Jochen Weber, da Biblioteca Internacional da Juventude, que tem sido impecável na organização; aos meus incansáveis agentes da Booktailors; ao José Oliveira, meu primeiro editor na Caminho e também a primeira pessoa a quem falei desta história; à minha família, aos meus amigos e a todos os que, de uma forma ou de outra, acreditam em mim e me incentivam, hélas, a continuar a escrever. E aqui, desculpem, mas já não escrevo nomes porque ficava aqui o resto da noite, e tenho ainda uma mala para fazer e a areia dos gatos para mudar.

Se o tempo e as condições tecnológicas o permitirem, vou relatando o que se passa no Festival White Ravens na minha página do Facebook e no Jardim Assombrado. Até já! Wish me luck!

Todos os autores participantes no Festival White Ravens aqui.

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