A eterna
rivalidade entre irmãos deu o mote a uma (quase) estreia prometedora: Joana Estrela. Nascida em Penafiel, em 1990, e formada em Design de Comunicação pela
Faculdade de Belas-Artes do Porto, publicou um dos mais curiosos livros deste ano. Editado pela Planeta Tangerina, Mana ganhou, e muito bem, o I Prémio
Internacional de Serpa para Álbum Ilustrado 2015. Joana Estrela será uma das
convidadas portuguesas do primeiro encontro Desfacendo a Raia, que acontece
daqui a uma semana em Santiago de Compostela. Já lá voltaremos. Para já, fica a
entrevista – em versão «estendida» – que saiu na última edição da LER, secção Leituras Miúdas:
Diz que «o texto e a imagem são
melhores quando estão
juntos». Sendo assim, porque é que há tantas relações falhadas?
Todos os consultórios amorosos das revistas cor-de-rosa dizem que o segredo de uma boa relação está na comunicação. Se o texto e a imagem não se conhecem, nem se complementam, nem estão dispostos a adaptarem-se um ao outro, dá em divórcio.
Como reage à resposta «o seu estilo não se enquadra na nossa linha editorial»?
Bem, ao menos responderam.
Gosta de fazer listas. Confesse sete coisas que as/os
irmãs/irmãos mais velhas detestam.
juntos». Sendo assim, porque é que há tantas relações falhadas?
Todos os consultórios amorosos das revistas cor-de-rosa dizem que o segredo de uma boa relação está na comunicação. Se o texto e a imagem não se conhecem, nem se complementam, nem estão dispostos a adaptarem-se um ao outro, dá em divórcio.
Como reage à resposta «o seu estilo não se enquadra na nossa linha editorial»?
Bem, ao menos responderam.
Gosta de fazer listas. Confesse sete coisas que as/os
irmãs/irmãos mais velhas detestam.
A roupa que desaparece do armário. O
último iogurte que desaparece do frigorífico. O gato que adoptou sem me
perguntar primeiro. Quando ela cresce e começa a ler livros muito mais
inteligentes que eu. Quando se muda para a Holanda. Quando fico eu aqui com o
gato dela, e sem companhia para ver as Kardashians (mas com a roupa e os
iogurtes intactos!).
Está a trabalhar num projeto sobre Antónia
Rodrigues (n. 1580, Aveiro), a adolescente que se vestiu de marinheiro e cortou o
cabelo para ir combater no norte de África. Como imagina esta personagem?
Imagino que foi uma mulher
desenrascada, corajosa e que, enquanto viveu como homem, carregou o peso de
quem vive com um segredo.
Encontrei temas de Alison Bechdel no seu trabalho: o quotidiano familiar, os desencontros comunicativos, o humor irónico, as questões de género... Bechdel é uma referência?
Não sei o quanto é influenciou o meu
trabalho, mas é sem dúvida alguém que gosto muito de ler! Admiro a maneira como
ela utiliza a biografia ou autobiografia para falar de temas mais gerais
(política, literatura, psicologia...) e vice-versa. Em relação a outras
referências, tenho a sensação de que aprendi tudo o que sei de banda desenhada
com a Turma da Mónica. Leio esses «gibis» desde que sei ler, e nesses 20 anos
devo ter absorvido muita coisa. Sempre gostei que não houvesse heróis nem
vilões e que, dependendo de como a história é contada, às vezes és levada a torcer
pelos rapazes e os seus planos infalíveis, ou pela Mónica e a sua fúria e
arremesso de coelhos de peluche. Não é nada fácil fazer personagens tão
complexos parecerem tão simples.
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