sábado, 30 de março de 2013
CITY-BREAKS: ALTO MINHO
Páscoa que é Páscoa é no Minho, com arroz de forno, pão-de-ló e visita do compasso. O Jardim Assombrado vai até ao norte, onde a chuva cai abençoada. Até daqui a uma semana.
(Fotografia de 1973, na casa dos meus bisavós maternos, em Moreira. Quatro anos de exploração do mundo. Já usava óculos.)
sexta-feira, 29 de março de 2013
ABRIL É PARA LER EM TODO LADO
Chama-se «Ler em todo lado» e é uma iniciativa conjunta da Rede de Bibliotecas Municipais da Câmara de Lisboa e da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). De 1 a 28 de Abril, bibliotecas, livrarias e outros espaços da cidade vão ser palco de dezenas de acções ligadas à promoção do livro e da leitura. Noblesse oblige, o Dia Internacional do Livro Infantil (próxima terça, 2 de Abril) será uma das datas fortes, mas chamamos desde já a atenção para a comemoração dos 120 anos de Almada Negreiros (6 de Abril) e para a inauguração da Biblioteca Municipal dos Coruchéus, em Alvalade (23 de Abril). Foi criado um site para a divulgação do programa completo, que pode ser consultado aqui.
quinta-feira, 28 de março de 2013
MAR À VISTA
A editora Pato Lógico convida toda a gente a espreitar o que tem feito (a começar por um dos livros mais bonitos do ano passado: Mar, de Ricardo Henriques e André Letria). A inauguração acontece no próximo sábado, na Fabrica Features (último andar da loja Benetton, ao Chiado). Apareçam. Não sejam patos.
ABRIL NA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
Um mês cheio de coisas boas, a convite do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro.
quarta-feira, 27 de março de 2013
COMO UM BORDADO
Seguindo a tradição, Maria João Worm, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração do ano passado, é a autora do cartaz para o Dia Internacional do Livro Infantil. Lindíssimo, não acham?
PORTUGUESES NO THE WHITE RAVENS 2013
Já que estamos em maré de boas notícias, embora os livros para os mais novos raramente sejam notícia nos telejornais (et pour cause...), lembramos aqui a recente angariação de dois títulos portugueses para a International Youth Library, a maior biblioteca de livros para crianças e adolescentes, com mais de 600 mil títulos. Fica em Munique e é visitável. Ao catálogo The White Ravens, no qual já existem uma série de obras made in Portugal, foram acrescentados agora mais dois títulos: Greve, de Catarina Sobral (Orfeu Negro) e O Mundo no Chão, de Nuno Casimiro e João Vaz de Carvalho (Bags of Books). Parabéns a ambos.
DIAS COMO HOJE
Manhã cedo, os parabéns seguiram para Bolonha via SMS. Temos pena de não estar na festa. Por esta hora já toda a gente sabe que o Planeta Tangerina ganhou o prémio de melhor editora europeia na área do livro infantil (ver o artigo do Público/Lusa aqui). É um feito extraordinário, se pensarmos que foram as próprias editoras participantes na feira que elegeram os vencedores para cada continente. Por aqui, também surgiu «um brilhozinho nos olhos» com a vitória da neozelandesa Gecko Press, pela Oceânia. É verdade, há dias (e noites) que deviam durar para sempre.
segunda-feira, 25 de março de 2013
NÃO QUERO USAR ÓCULOS EM HOLANDÊS
Pois é. Mesmo com os nossos nomes trocados na capa (a editora garantiu que não há confusão possível...) e um lettering que deixa muito a desejar em relação ao original do André Letria, é muito bom ver a edição holandesa do Não Quero Usar Óculos, traduzida com o apoio da DGLAB. Quem quiser espreitar o miolo pode ver aqui.
BLIMUNDA Nº 10
Em Março, a revista digital Blimunda chegou num formato diferente do habitual. Noblesse oblige, fazemos os nossos sublinhados: «A secção dedicada ao infantil e juvenil centra-se no centenário do nascimento de Ilse Losa, com depoimentos de Álvaro Magalhães, José António Gomes, Manuela Bacelar e Ana Cristina Vasconcelos, para além da reprodução fac-símile de um texto da autora, publicado em 1948 na revista Vértice». Ler aqui.
A MATEMÁTICA É PARA COMER
Se «a poesia é para comer», como disse Natália Correia, o último livro do Planeta Tangerina é para devorar. Com texto de Manuela Castro Neves e ilustrações de Yara Kono, Tantos Animais e Outras Lengalengas de Contar desmente quase tudo o que foi dito no post anterior sobre a (maldita) matemática. Ler mais sobre o livro aqui e aqui.
quinta-feira, 21 de março de 2013
TEORIA DOS CONJUNTOS
Nunca gostei de matemática. Lembro-me de uma professora do 8º ano que ficou para a história como «Gasganete» (o vilão dos Schtrumpfs), o que diz tudo sobre o sentimento que conscienciosamente lhe devotávamos. Lembro-me também de um professor lunático do ciclo preparatório que passava as aulas a desenhar círculos no quadro, a fim de nos explicar a «teoria dos conjuntos», cuja aplicação prática continuo sem perceber. Todos o achávamos estranhíssimo. Quando soubemos que morava na pensão central da vila (chamada, precisamente, Pensão Central), a nossa estranheza misturou-se com o gozo cruel típico da idade e passámos a vê-lo como um desgraçado sem casa nem família. A minha mãe, professora na mesma escola, dizia que ele tinha tido «uma depressão»; mas, para nós, crianças electrizadas pela brincadeira e pelo ar livre, era igual ao litro. Percebo agora que aquele ar de zombie se deveria ao facto de o homem andar completamente drunfado. Já naquela altura, a vida dos professores comportava uma violência que não conseguíamos imaginar. O pior estava para vir.
quarta-feira, 20 de março de 2013
AMANHÃ É DIA MUNDIAL DA POESIA
Não chames ao mundo morada, não lhe dês um nome
pois falhas a tua Primavera
as sugestões atmosféricas tornam-se paisagens equívocas
e nunca chegamos a perceber
como avança uma história
ou uma tempestade
Diante da janela iluminada
acredita apenas na duração
do amor
(«A janela iluminada», de José Tolentino Mendonça, in Estação Central, Assírio & Alvim, 2011)
terça-feira, 19 de março de 2013
ORAÇÃO PARA O DIA DO PAI
Pai nosso que estais nos céus,
com as andorinhas e os mísseis
quero que voltes antes que esqueças
como se chega ao sul do Rio Grande
(...)
Um Pai-nosso latino-americano, adaptação do poema de Mario Benedetti por José Tolentino Mendonça, in Pai-Nosso que Estais na Terra, ed. Paulinas, 2011
NA LIVRARIA GIGÕES E ANANTES
Aqui no petit pays a vida das livrarias especializadas em livros para os mais novos depende sempre de muita coisa. Apesar da ………. (aquela palavra que anda na boca de toda a gente), podemos contar com mais um espaço onde livros e leitores são bem tratados: a Gigões e Anantes, em Aveiro. Inaugurou em Setembro do ano passado, mas só a semana passada tive oportunidade de visitá-la pessoalmente, no regresso da Biblioteca de Ílhavo e do Centro Educativo da Coutada (onde também fui muito bem tratada, diga-se de passagem). O que salta logo à vista na Gigões e Anantes é o conhecimento do ofício de quem anda por lá: pessoas que gostam de livros, que acompanham a ilustração, que vão a Bolonha, que lêem autores estrangeiros, que querem fazer coisas «fora da caixa». Pessoas que sabem do assunto, enfim. A oferta é excelente, abarcando títulos de (quase) todas as editoras portuguesas, grandes e pequenas, bem como obras em inglês, francês e espanhol. O mais difícil é mesmo encontrar um livro mau; ou, vá lá, mauzinho. Não têm site, mas estão no Facebook. Procurem nos canteiros do lado direito do Jardim Assombrado, na lista «Aqui há Livros!» (actualizada ontem). A fotografia é de Mário Marnoto.
segunda-feira, 18 de março de 2013
NÃO HÁ PREVISÃO DE VAIAS
terça-feira, 12 de março de 2013
PORTUGAL NOS PRÉMIOS ANDERSEN 2014
«A ilustradora Teresa Lima e o escritor António Torrado são os candidatos de Portugal ao Prémio Hans Christian Andersen de 2014, atribuído pelo IBBY.» Ler a notícia no blogue O Palácio da Lua.
segunda-feira, 11 de março de 2013
MUITO LÁ DE CASA
Sei que O Jardim Assombrado tem estado entregue aos gatos, mas por bons motivos. Ultimamente visitei uma série de escolas, onde experimentei uma nova forma – mais interactiva, digamos – de apresentar os meus livros, com a ajuda de pequenos voluntários. Foi um improviso que acabou por resultar bem, fugindo ao esquema «botar faladura/perguntas/respostas/autógrafos». Também gosto de mostrar-lhes outros objectos relacionados com a escrita, como o caderninho onde tomo notas, algum livro especial da minha infância ou uma ilustração original. Tudo o que os faça pensar que um livro não se resume ao livro é bom e deixa-os interessados e curiosos. Divertimo-nos todos muito mais. Esta fotografia foi tirada no Centro Educativo do Trovela, uma das escolas do Agrupamento de António Feijó, em Ponte de Lima, onde fui muitíssimo bem recebida por alunos e professores. O Ainda Falta Muito?, que é sempre posto de lado em favor do Não Quero Usar Óculos, foi acompanhado com um roteiro de análise textual exemplar, dando origem a trabalhos muito criativos e ligados à vida interior das crianças. E pude falar em leiras e penedos com a certeza de que me entendiam; e ouvir de novo a palavra «borronas» (sinónimo de canetas de feltro), o que já não acontecia desde os meus dez ou onze anos. Deus queira que eu um dia possa recuperar o norte.
terça-feira, 5 de março de 2013
MORANGOS COM AÇÚCAR
«Este encantador livro de cozinha, dedicado às raparigas mais jovens, alia, de uma maneira muito equilibrada, o passatempo e a vida real.» Com versão portuguesa de Maria de Lourdes Modesto e supervisão de Yvonne Bonis, inspectora do Ensino Manual e da Economia Doméstica de Paris, O Meu Livro de Cozinha (Verbo) apresentou-nos a receitas inesquecíveis como a Pombinha, os Corações em Flor, a Brisa do Oceano ou a Nani Negrinha. Escrevíamos «alperches», «tira-cápsulas» e «avòzinha» com acento grave; não sabíamos o que era paprika nem onde desencantar «duas latas de puré de castanhas ao natural». Apesar disso, foi o livro de cozinha mais popular entre as miúdas da década de 70, as mesmas que hoje dão voltas à imaginação para esticar o orçamento e inventar mais uma receita de frango.
(Texto publicado na LER nº 122, secção «A Biblioteca do Nautilus».)
segunda-feira, 4 de março de 2013
UMA ILHA EM BOLONHA
Creio que este é um feito inédito na Feira do Livro Infantil de Bolonha: um livro português, perdão, um livro da editora Planeta Tangerina recebeu uma menção especial nos prémios deste ano, na categoria Opera Prima (primeira obra). Podem ser conhecidos aqui. O contemplado é A Ilha, com texto de João Gomes de Abreu e ilustrações de Yara Kono. Há muitos anos que a equipa Tangerina vai a Bolonha e este prémio é o justo retorno desse investimento («grandes» editoras portuguesas, aprendam). Parabéns a todos e em especial ao João, que tem já de começar a preparar o próximo. Aqui fica a crítica que saiu na edição nº 115 da revista LER, o ano passado:
«João Gomes de Abreu, professor, designer e colaborador da Planeta Tangerina, sai dos bastidores para assinar aquele que é o texto mais político dos quase 40 títulos já publicados pela editora. Não no sentido da «política partidária», evidentemente, mas «político» no sentido original do termo – que interessa à polis, aos cidadãos, à vida pública; uma matéria pensante também partilhada em textos de Isabel Minhós Martins como Ir e Vir ou Siga a Seta!. Tudo se joga no plano da alusão e do humor, recorrendo a uma prosa directa e assertiva que pretende, sobretudo, comunicar uma ideia forte. Em poucas linhas: fascinados pelos continentais, os habitantes de uma ilha decidem construir uma ponte que os una ao outro lado, não hesitando em delapidar os seus recursos – a montanha, as árvores e a areia – na prossecução desse impulso megalómano. As ilustrações de Yara Kono, sem repetirem caras e formas, traduzem a singularidade da ilha, onde contornos a traço preto sugerem relevos em cenários bidimensionais. Um livro para sorrir e fazer pensar, que talvez ganhasse com uma punchline final, mas que nem por isso deixa de ser um belo começo para o autor.»
domingo, 3 de março de 2013
A ESTRADA
Ontem, ao voltar da manifestação no Terreiro do Paço em direcção a Santa Apolónia, sem táxis nem autocarros à vista, e depois de ter caminhado sobre carris, saltado uns quantos muros e atravessado o caminho de gente sem-abrigo, fogueiras a arder em bidões e cães a ladrar ao longe, lembrei-me deste filme impressionante baseado no livro homónimo de Cormac McCarthy. O retrato do país que somos agora: uma estrada para lugar nenhum. Ao fim de uma hora de caminho inóspito, cheguei a casa, quase feliz. Quase.
sábado, 2 de março de 2013
OS EUNUCOS
Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os pais
(Versos de José Afonso, Os Eunucos. Cartoon de António para o Expresso.)
sexta-feira, 1 de março de 2013
TEATRO DE MANUEL ANTÓNIO PINA
Os textos e a selecção dos mesmos são da sua autoria, reconstituindo um universo poético «que nos surpreende a cada momento com devaneios e brincadeiras». Manuel António Pina (1943-2012) acompanhou de perto esta peça encenada por Ana Luena, com interpretação de Pedro Mendonça e Rui Lima – actor e músico, respectivamente. O que vai na cabeça do menino Manuel regressa em boa hora ao Teatro do Campo Alegre, no Porto, para uma curta temporada de espectáculos agendada para os dias 7, 8, 9 e 10 de Março. Informações pelo telefone 22 606 30 17.
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