terça-feira, 7 de junho de 2016

MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA, 1


«Ter usado a poesia como uma forma de terapia nesses momentos negros quer dizer que o sofrimento é um bom combustível para a criação?
Para mim é. Tenho poemas que não são absolutamente negativos, mas num momento de exaltação da minha vida estou sempre mais preocupada em viver do que em escrever. No momento de tristeza ou de luto escrevo muito mais. Por isso é que escrevo às revoadas. Escrevo um livro e depois posso estar seis anos sem escrever porque se estivesse sempre a escrever isso significaria que a minha vida era terrível. Quando vêm aqueles leitores que me dizem que não escrevo nada há muito tempo eu penso: "Ainda bem que não escrevo." É bom sinal para a minha vida.»

[Maria do Rosário Pedreira, in LER nº 142. Entrevista conduzida por Bruno Vieira Amaral. Fotografias de Pedro Loureiro.]

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