Ou melhor, uma novidade (Ovelhinha Dá-me Lã, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono) e três reimpressões: O Pinto Careca, de Marisa Nuñez e Holle Thomassen; Tio Lobo, de Xosé Ballesteros e Roger Olmos; e ainda um clássico de Leo Leonni, O Pequeno Azul e o Pequeno Amarelo. Entre este mês e o próximo, nas livrarias.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
VALE TUDO MENOS TIRAR OLHOS
Em Vila Nova de Gaia, a designer de bolos Mónica Pereira concebe histórias doces e perfeitas. Mas basta uma trincadela e lá se vai o final feliz.
OS CONTOS DO CAMINHO
Envolvendo vários municípios, "Os Contos do Caminho" é o nome de um projecto literário que pretende apoiar o intercâmbio de artistas e profissionais da cultura da União Europeia. O pontapé de saída vai ser dado este sábado, às 18h00, na Igreja de S. Tiago, em Óbidos. Quem vai lá estar representado, de certeza, é a livraria O Bichinho do Conto e a editora OQO, dois dos principais parceiros do projecto. Mais informações aqui.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
PIRATEANDO HISTÓRIAS
Devo confessar que não sou uma fã incondicional de contadores/as de histórias. Há qualquer coisa que me aliena e me distrai; prefiro lê-las. Mas, contrariando o meu próprio preconceito, de vez em quando confirmo que estes dois mundos não são irreconciliáveis. Pep Duran foi um dos que contribuiu para isso. Vai estar na próxima sexta-feira na Biblioteca Municipal de Oeiras, para um serão de histórias que começa às 21h30 (mais informações aqui). Recordo uma entrevista à Notícias Magazine, publicada em Abril de 2009:
(...)
"De que forma é que a sua formação e actividade de terapeuta se liga com a de contador de contos?
Bom, na verdade, primeiro estudei engenharia electrotécnica. Mas nunca trabalhei nessa área. Vivia-se o franquismo, meteram-se vários acontecimentos, e a dada altura apaixonei-me pelos livros. Eu desejava ser pirata, para ser rico [risos]. E pelos livros também há uma forma de se procurar um tesouro. Mas a comprar e a vender livros aprendi-lhes o gosto. Depois, há uns vinte anos, tive uma depressão, não me importava viver ou morrer. E nessa altura fiz terapia e comecei a interessar-me por isso. Depois pensei que poderia também ajudar os outros, e formei-me como terapeuta. E então percebi que queria contar contos que ajudassem a crescer por dentro, a dar-me conta de quem sou.
Existe então uma função terapêutica na leitura?
Sim, se a leitura consiste em tomar consciência do que se passa comigo, se me fala e me ajuda a compreender melhor, a mim e ao mundo, então estou a fazer terapia.
(...)
DEIXAR DE VER
Amanhã, na Casa Fernando Pessoa, abre a exposição de fotografias que Pedro Cláudio fez à volta de Ricardo Reis, um dos heterónimos do poeta. O texto que se segue é de Inês Pedrosa, directora da instituição. "Deixar de Ver" ficará em cena até ao final de Abril.
"Pedro Cláudio concentrou-se na figura do exílio, que é a génese do poeta Ricardo Reis: um homem que se agarra ao conhecimento para se salvar e que descobre na poesia – esse saber que nasce das ruínas da cultura e da civilização – o caminho solitário da transcendência. Toda a poesia digna desse nome é um exílio, e Reis é a voz modulada, mansa, greco-romana do abissal exílio pessoano. Fernando Pessoa exportou para o Brasil este que foi o mais europeu e
"Pedro Cláudio concentrou-se na figura do exílio, que é a génese do poeta Ricardo Reis: um homem que se agarra ao conhecimento para se salvar e que descobre na poesia – esse saber que nasce das ruínas da cultura e da civilização – o caminho solitário da transcendência. Toda a poesia digna desse nome é um exílio, e Reis é a voz modulada, mansa, greco-romana do abissal exílio pessoano. Fernando Pessoa exportou para o Brasil este que foi o mais europeu e
conservador dos seus poetas, acto só aparentemente irónico. Não há em parte alguma um céu inteiro, todo o sol esconde uma lua negra, e à pátria da língua nunca acabamos de aportar nem de escapar. Um exilado vive exactamente fora do tempo, isto é, fora de si – porque o eu, Freud explicou-o, é uma construção imaginária que se projecta sobre a realidade, e o exílio curto-circuita as projecções sincrónicas, potenciando a interrogação do eu sobre a sua própria
identidade, isto é, fazendo-o implodir. É a essa implosão interna, intemporal, dilacerante e dilacerada que assistimos nas belíssimas imagens de Pedro Cláudio. Aqui nunca se trata de ilustrar as palavras de Reis, mas de as descarnar até à névoa de que são feitas, água de lágrimas. Pedro Cláudio cria o Ricardo Reis que a obra de Ricardo Reis oculta, mas não é apenas esse o seu génio; ele cria o Ricardo Reis que cada um de nós tem dentro de si. Fernando Pessoa nunca fez outra coisa. Por isso continua a dizer-nos tanto."
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
PRIMAVERA GRÁFICA
"A produção gráfica do jornal tinha algo de heróico, noites passadas à volta de mesas de luz, colas de cera quente ou em spray venenoso, filetes autocolantes sempre a auto-descolar-se, e uma câmara escura que às quatro da manhã, no deserto casarão-sede do PSR da Rua da Palma, não era para espíritos fracos." Jorge Silva, director de arte do Combate entre 1978 e 2003, assina o prefácio do livro que hoje será lançado na Casa da Achada, em Lisboa, uma colectânea das melhores ilustrações e BDs publicadas entre 1986 e 2007 no jornal/revista que, como ele diz, representou uma autêntica "Primavera gráfica". A segunda imagem reproduz a contracapa de um número de 1993, sacado agora mesmo à poeira do sótão. Cliquem para ler, que vale a pena. Notícia também no Blogtailors e Cadeirão Voltaire.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
A SENHORA LENINE
Bloco de análises do Hospital Curry Cabral, Lisboa, a semana passada. Uma jovem enfermeira procede à chamada junto dos utentes que aguardam a sua vez de entrar, enfileirados nas cadeiras de plástico:
– "A senhora Lenine da Encarnação Costa!"
Apoiado na bengala, levanta-se um senhor nos seus oitenta e muitos anos, baixinho, seco, de nariz adunco como os velhotes do Quino.
– "A senhora Lenine, se faz favor..." – contesta, pontualmente indignado. "Lenine foi um grande homem, nunca ouviu falar?"
A enfermeira sorri, atrapalhada. Pela cara, vê-se que não.
PS – Isto dos nomes é todo um mundo. Há uma data de anos, partilhei um lugar no comboio Intercidades com um homem chamado Avante. Fomos parte do caminho a falar sobre os problemas que tal lhe tinha trazido nos tempos da ditadura. A escolha do nome não se devera a uma declaração de amor político-partidário por parte dos pais, mas apenas ao facto de a vida do bebé ter estado em risco, discutindo-se entre médicos e família se o rapaz ia avante ou não ia avante. Assim foi e assim ficou: Avante.
– "A senhora Lenine da Encarnação Costa!"
Apoiado na bengala, levanta-se um senhor nos seus oitenta e muitos anos, baixinho, seco, de nariz adunco como os velhotes do Quino.
– "A senhora Lenine, se faz favor..." – contesta, pontualmente indignado. "Lenine foi um grande homem, nunca ouviu falar?"
A enfermeira sorri, atrapalhada. Pela cara, vê-se que não.
PS – Isto dos nomes é todo um mundo. Há uma data de anos, partilhei um lugar no comboio Intercidades com um homem chamado Avante. Fomos parte do caminho a falar sobre os problemas que tal lhe tinha trazido nos tempos da ditadura. A escolha do nome não se devera a uma declaração de amor político-partidário por parte dos pais, mas apenas ao facto de a vida do bebé ter estado em risco, discutindo-se entre médicos e família se o rapaz ia avante ou não ia avante. Assim foi e assim ficou: Avante.
domingo, 24 de janeiro de 2010
IMPORTA-SE DE PERGUNTAR?
Numa época em que os livros envelhecem prematuramente, foi muito gratificante ver o Não Quero Usar Óculos novamente em destaque nos escaparates da FNAC, graças à inclusão na Mini-Biblioteca Essencial organizada pela Casa da Leitura. Pena é que nem todos os funcionários saibam que a coisa existe, a avaliar por uma incursão recente à FNAC Chiado, a única que frequento. "Nunca ouvi falar dessa lista", responderam-me. Muito bem. Então façam o favor de ver aqui. Via O Livro Infantil.
PRÉMIO LITERÁRIO MARIA ROSA COLAÇO
Já que estamos a falar de prémios literários na área infanto-juvenil, talvez valha a pena lembrar aos candidatos a vencedores que em Março próximo deverá ser anunciada a edição de 2010 do Prémio Literário Maria Rosa Colaço, instituído em 2006 pela Câmara Municipal de Almada. O regulamento vai sofrer algumas alterações, mas nada de substancial, ao que nos garantiram. Continuará a distinguir duas obras inéditas na categoria infantil e juvenil, recompensadas com 5000 euros e garantia de publicação – como tem acontecido até agora, embora com atraso e pouca visibilidade, por vezes. Exemplo: O Tamanho da Minha Altura, cuja capa reproduzimos acima, venceu o concurso de 2007 e só foi publicado em Setembro de 2009. Longe de ser caso único, esta décalage sucede noutros prémios e noutros géneros literários. O que também está longe de ser um consolo.
Aqui fica a lista dos livros e autores até agora premiados:
2006
Literatura infantil: A Fala das Coisas, de José Jorge Letria (Ambar)
Literatura juvenil: O Monte Secou, de António Luís Carlos (Pé de Página)
2007
Literatura infantil: O Tamanho da Minha Altura (entre outras coisas), de Suzana Ramos (Assírio & Alvim)
Literatura juvenil: Cartas de Uma Mãe à Sua Filha, de Sara Monteiro (Caminho)
2008
Literatura infantil: As Cozinheiras de Livros, de Margarida Botelho (Presença)
Literatura juvenil: Ronda Filipina (César Magarreiro)
2009
Literatura infantil: Mãe, Não Pises a Minha Sombra!, de Ana Esteves (a editar)
Literatura juvenil: A Estranha e Mágica História de Vivaldo Bonfim, de Afonso Cruz (a editar)
sábado, 23 de janeiro de 2010
PRÉMIO LITERÁRIO MANUEL ANTÓNIO PINA
Do recente ciclo dedicado a Manuel António Pina resultou também o anúncio de um novo prémio literário que contemplará a poesia, em anos pares, e a literatura infanto-juvenil, em anos ímpares. Podem concorrer autores já publicados ou não, sem limite de idade; o essencial é que a obra seja inédita. Foi celebrado um protocolo entre a Câmara Municipal da Guarda e a editora Assírio & Alvim que garante a edição do texto vencedor e um prémio pecuniário de 2500 euros, atribuído pelo município, a título de direitos de autor. Manuel António Pina será um dos elementos do júri. Nas próximas duas semanas será totalmente definido o regulamento, garantiu-nos por telefone uma responsável do pelouro da cultura da Câmara Municipal da Guarda. O prémio estará em vigor já em 2010 e, tratando-se de um ano par, é a poesia que manda.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
NOVIDADES DA CAMINHO
Depois do vendaval natalício, as primeiras semanas de Janeiro são sempre uma tristeza. Mas eis que começam a chegar as novidades de 2010 na área da literatura infantil. Ferozes Animais Selvagens, de Chris Wormell, é um novo título da Colecção Borboletras - livros excelentes a preços módicos. Quanto a O Sapateiro e O Pássaro Verde, é mais uma recriação de um conto popular pela mão de Alice Vieira, aqui acompanhada por monsieur Pierre Pratt.
LIVROS NA RIBEIRA
Começa hoje e prolonga-se por mais duas semanas. Mais de dez mil livros antigos, usados e manuseados, no meio dos quais é possível encontrar algumas raridades, vão estar à venda no 1º piso do Mercado da Ribeira, em Lisboa. É a Quinzena do Livro Antigo e do Alfarrábio: todos os dias, das 10h00 às 19h00, até 7 de Fevereiro.
HORA DA SOPA
Com ilustrações de Anabela Dias e texto de João Manuel Ribeiro, Sopa de Letras (ed. Trinta Por Uma Linha) será apresentado amanhã, na livraria infantil Salta-Folhinhas. Mais informações aqui.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
O GATO E A GAIVOTA A CORES
Entre as novidades do semestre que a Porto Editora apresentou ontem em conferência de imprensa, destaca-se uma nova edição do best-seller de Luis Sepúlveda, que já terá vendido em Portugal qualquer coisa como 150 mil exemplares, beneficiando da inclusão no Plano Nacional de Leitura. Agora com as ilustrações originais a cores de Sabine Wilharm (extraídas da edição alemã de 1997), a história do gato Zorbas e da gaivota que lhe chamava "mamã" tem tudo para agradar ainda mais aos miúdos. E aos que não são miúdos, também.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
O FILME DAS COISAS SELVAGENS
Há muitas virtudes no filme de Spike Jonze – e alguns defeitos, também. O pior, para os meus ouvidos, foi mesmo a banda sonora alternativa; talvez estimulante quando escutada lá fora, mas demasiado opressiva na intimidade do cinema, sobretudo graças àquela capacidade irritante de manipular as emoções do espectador. É um momento triste? Entrem os acordes melódicos e prolongados. Ah, agora é para animar? Venha a secção rítmica em grande força. Por mim, preferia algo menos intrusivo e, se possível, um pouco mais de silêncio.
À parte esse pormenor – que está longe de o ser – gostei muito do filme de Spike Jonze, apesar de algumas imagens mais pastelosas aqui e ali. À saída, ouvi um espectador comentar que o filme "não tinha narrativa". Se bem o entendi, discordo. Não estamos perante uma estrutura clássica hollywoodesca, mas ninguém pode dizer que o argumento de Jonze e Dave Eggers (estou agora a ler o livro editado pela Quetzal) não tenha pés e cabeça, nem coerência intrínseca. Pontos fortes: ao contrário do picture book de Maurice Sendak, a terra das "coisas selvagens" não se parece com uma floresta tropical; é antes um território estranho, semi-desértico e semi-destruído, um habitat acolhedor para os nossos monstros mais verdadeiros. Sem histerismos de actor-prodígio, Max está bem retratado na sua doçura febril de menino perdido, sempre na fronteira entre o apaziguamento e o caos interior. Os monstros de pano são simplesmente deliciosos e as suas expressões quase reais, muito longe da superficialidade digital das últimas gerações Disney ou DreamWorks. Houve alturas em que pensei ver Tony Soprano (James Gandolfini, que empresta a voz ao monstro Carol) a ter um ataque de ansiedade, para depois entrar em pânico e destruir tudo à sua volta, como se acabasse de receber uma má notícia no escritório do Bada-Bing.
À parte esse pormenor – que está longe de o ser – gostei muito do filme de Spike Jonze, apesar de algumas imagens mais pastelosas aqui e ali. À saída, ouvi um espectador comentar que o filme "não tinha narrativa". Se bem o entendi, discordo. Não estamos perante uma estrutura clássica hollywoodesca, mas ninguém pode dizer que o argumento de Jonze e Dave Eggers (estou agora a ler o livro editado pela Quetzal) não tenha pés e cabeça, nem coerência intrínseca. Pontos fortes: ao contrário do picture book de Maurice Sendak, a terra das "coisas selvagens" não se parece com uma floresta tropical; é antes um território estranho, semi-desértico e semi-destruído, um habitat acolhedor para os nossos monstros mais verdadeiros. Sem histerismos de actor-prodígio, Max está bem retratado na sua doçura febril de menino perdido, sempre na fronteira entre o apaziguamento e o caos interior. Os monstros de pano são simplesmente deliciosos e as suas expressões quase reais, muito longe da superficialidade digital das últimas gerações Disney ou DreamWorks. Houve alturas em que pensei ver Tony Soprano (James Gandolfini, que empresta a voz ao monstro Carol) a ter um ataque de ansiedade, para depois entrar em pânico e destruir tudo à sua volta, como se acabasse de receber uma má notícia no escritório do Bada-Bing.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
TRÊS NOVIDADES DA ORFEU MINI
O Coração e a Garrafa, de Oliver Jeffers (texto e ilustrações), é a primeira das novidades para 2010 da colecção Orfeu Mini, a editar já em Fevereiro. Seguem-se a versão portuguesa de O Estranho Mundo de Jack/The Nightmare Before Christmas, um livro de Tim Burton com tradução de Margarida Vale de Gato; e Migrando, da autora argentina Mariana Chieda Mateos, ambos com data de publicação agendada para Março. Eis as sinopses das três obras, enviadas pela Orfeu Negro (as capas em português ainda não estão disponíveis):
"O Coração e a Garrafa fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. Saberia ela quando e como recuperar o seu coração? Com esta história comovente, Oliver Jeffers explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida."
"O Estranho Mundo de Jack, da autoria de Tim Burton, é já um clássico infantil que nos conta a história de Jack Skellington e a sua assustadora véspera de Natal. Uma noite, enquanto passeia entediado pelos bosques de Halloween, Jack encontra algo que nunca vira antes: uma porta esculpida numa árvore. Ao abri-la, Jack entra no mundo alegre e colorido da Cidade do Natal! Maravilhado com tanta luz e animação, Jack decide raptar o Pai Natal e levá-lo para Halloween, planeando novas traquinices para a véspera de Natal. Um mundo fantástico e irreverente que promete tantas gargalhadas como sustos!"
"Migrando é uma história sem palavras sobre mudança e aventura. Dedicado aos que deixaram a sua terra para re-existirem noutro lugar, este livro de imagens poéticas mostra como a palavra migrante pode ser sinónimo de sofrimento e fragilidade mas também de coragem e futuro.Um livro habitado pelo oceano, que separa e une terras e destinos.Da autoria da ilustradora argentina Mariana Chiesa Mateos."
"O Coração e a Garrafa fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. Saberia ela quando e como recuperar o seu coração? Com esta história comovente, Oliver Jeffers explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida."
"O Estranho Mundo de Jack, da autoria de Tim Burton, é já um clássico infantil que nos conta a história de Jack Skellington e a sua assustadora véspera de Natal. Uma noite, enquanto passeia entediado pelos bosques de Halloween, Jack encontra algo que nunca vira antes: uma porta esculpida numa árvore. Ao abri-la, Jack entra no mundo alegre e colorido da Cidade do Natal! Maravilhado com tanta luz e animação, Jack decide raptar o Pai Natal e levá-lo para Halloween, planeando novas traquinices para a véspera de Natal. Um mundo fantástico e irreverente que promete tantas gargalhadas como sustos!"
"Migrando é uma história sem palavras sobre mudança e aventura. Dedicado aos que deixaram a sua terra para re-existirem noutro lugar, este livro de imagens poéticas mostra como a palavra migrante pode ser sinónimo de sofrimento e fragilidade mas também de coragem e futuro.Um livro habitado pelo oceano, que separa e une terras e destinos.Da autoria da ilustradora argentina Mariana Chiesa Mateos."
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
2010, ANO DE MARIA ALBERTA MENÉRES
A ASA celebra em 2010 o Ano Maria Alberta Menéres, em homenagem àquela sua autora que comemora este ano o seu 80º aniversário.
Embora tenha também alguma obra poética dirigida ao público adulto, Maria Alberta Menéres é sobretudo (re)conhecida como autora de livros infantis e juvenis, tendo sido distinguida em 1986 com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças “pelo conjunto da sua obra literária e pela manutenção de um alto nível de qualidade”.
A “Biblioteca Maria Alberta Menéres”, que a ASA vem publicando há mais de 20 anos, reúne justamente uma parte substancial da ficção da Autora dirigida às crianças, com merecido destaque para o “bestseller” Ulisses, que conta já com 35 edições e mais de 600 mil exemplares vendidos.
No âmbito das celebrações do Ano Maria Alberta Menéres, a ASA vai levar a cabo um vasto conjunto de iniciativas, entre as quais o lançamento, em Abril, de uma obra inédita da Autora sobre Luís de Camões.
Camões, o Super-Herói da Língua Portuguesa, assim se intitula esta “biografia romanceada à minha moda de um dos maiores poetas portugueses” – diz-nos a autora, para logo a seguir acrescentar: “Com o seu feitio destemido e irreverente, Camões levou uma vida aventureira que nada tem a ver com a ideia de ‘poeta maçudo e desinteressante’ que hoje se lhe atribui. Era preciso mostrar que Camões, para os padrões da sua época, bem poderia ter sido um super-herói como aqueles que actualmente povoam o dia-a-dia das nossas crianças, e foi esse exercício que me decidi a fazer.”
Para além do lançamento deste inédito, a ASA vai ainda promover uma homenagem pública a Maria Alberta Menéres, como forma de assinalar a longevidade e multiplicidade da sua carreira. Apenas a título de exemplo, destacam-se as suas funções de Directora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP (1974 a 1986), de Assessora do Senhor Provedor de Justiça como responsável pela linha «Recados das Crianças» (1993 a 1998) e de autora das letras, em seis anos consecutivos, das canções da campanha «O Pirilampo Mágico», em cooperação com a Antena 1.
Outro dos eventos previstos no âmbito da celebração do Ano Maria Alberta Menéres é a realização de um Congresso Nacional sobre a sua carreira de escritora. Com esta iniciativa, a ASA pretende promover e aprofundar a análise sobre a obra literária da Autora, que inclui poesia para adultos, obras de cariz pedagógico e ficção infanto-juvenil, esta última em forma de conto, poesia, BD, teatro e novela.
(informação enviada pela editora)
VIAJAR NO MUNDO DA LEITURA
A Biblioteca Municipal do Entroncamento vai promover um atelier sobre a organização da "hora do conto", onde "serão abordados conhecimentos relacionados com a temática da animação da leitura, exploração de livros e desenvolvimento de projectos". A formadora chama-se Sylviane Angèle Rigolet, é psicóloga e tem uma pós-graduação em intervenção precoce e mestrado em linguística formal. Mais informação: "É actualmente formadora do IPLB [leia-se DGLB], tendo grande experiência em vários centros de formação de professores e enquanto docente em diversas escolas superiores de educação é, igualmente, autora de várias publicações."
Professores, educadores, técnicos de bibliotecas, animadores, mediadores de leitura e estudantes são o público-alvo desta formação. Ao longo de um dia (27 de Janeiro), das 10h00 às 17h30, falar-se-á dos procedimentos e metodologias de cada uma das fases da animação da “hora do conto”: I – Análise e Preparação; II - Gestão e Realização; III - Exploração e Avaliação.
As inscrições decorrem até 22 de Janeiro e são gratuitas, mas com número limitado de participantes. Contactos: 249720400 e 249720400 ou biblioteca@cm-entroncamento.pt.
[... e acabo de telefonar para lá. Já não há vagas.]
DIA DE FERIADO PESSOAL
Não dá direito a notícias na televisão. Não causa trânsito caótico à saída das cidades. Não provoca um aumento súbito nas taxas de ocupação hoteleira. É apenas um dia especial em que só se faz o que se gosta e a maior recompensa é não trabalhar. Pelo menos uma vez por ano, toda a gente deveria decretar o seu dia de feriado pessoal.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
UMA PEDRA NO BOLSO
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
SOME LIKE IT HOT
Já li críticas completamente antagónicas ao filme inspirado no picture book de Maurice Sendak, Onde Vivem os Monstros, traduzido em 2009 pela Kalandraka (não confundir com o romance do co-argumentista Dave Eggers, O Sítio das Coisas Selvagens, editado pela Quetzal). Não ligo muito. Desde que vi os críticos portugueses (com uma ou duas honrosas excepções) chacinarem de alto a baixo Dead Man/Homem Morto, filme de Jim Jarmusch que se tornou “o tal”, “o filme da minha vida”, diria que não ligo mesmo quase nada. Enfim, ainda não fui ver O Sítio das Coisas Selvagens ao cinema, mas registo o artigo publicado ontem no jornal i, em que a dado ponto se fala no final do livro, nessas últimas cinco palavras que – perdoem-me o cliché – valem por mil imagens. Sendak explica por que razão escolheu a palavra “hot”:
«Ainda hoje, passados quase 50 anos do lançamento da obra, o autor recorda um confronto com os editores. Todos queriam que trocasse a palavra "quente" por "morno", referindo-se ao jantar de Max. Sendak fez finca-pé. "Morno não queima a língua. Há qualquer coisa de perigoso na palavra 'quente'", justificou à revista "Newsweek". "'Quente' são os sarilhos em que nos podemos meter. Eu ganhei."»
O texto completo, com mais dois trailers, pode ser lido aqui.
«Ainda hoje, passados quase 50 anos do lançamento da obra, o autor recorda um confronto com os editores. Todos queriam que trocasse a palavra "quente" por "morno", referindo-se ao jantar de Max. Sendak fez finca-pé. "Morno não queima a língua. Há qualquer coisa de perigoso na palavra 'quente'", justificou à revista "Newsweek". "'Quente' são os sarilhos em que nos podemos meter. Eu ganhei."»
O texto completo, com mais dois trailers, pode ser lido aqui.
LIVRO INFANTIL E DESIGN EDITORIAL
"A história do design editorial no livro infantil é indissociável da história do Livro assim como do percurso traçado pela literatura infanto-juvenil. O design editorial projecta a forma e determina as características funcionais, estruturais e estéticas do Livro, materializando o seu conteúdo textual e/ou imagético." Ler o texto completo no blogue O Livro Infantil.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
LIVROS, POP ROCK E VICE-VERSA
"- quero que me indique um livro de um autor português, que não seja deprimente, que me alegre, que seja leve e que me surpreenda, se é que ainda há alguma coisa que surpreenda
- autor português?
- sim e não quero lobo antunes, nem saramago (o lobo antunes é que devia ter ganho o nobel), nada de gente a destilar ódio. uma coisa alegre.
- que tal um livro de contos do mário de carvalho?
- olhe eu vou ser sincera... eu sou... eu não devia dizer o que sou mas digo, sou professora de português e estou farta de mários de carvalho a debitarem porcarias, percebe? quero uma coisa bem disposta (...)
Ler o texto completo no novo blogue de Pedro Vieira/Irmão Lúcia e Samuel Velho, Professor José Cid. O lema promete: "2 livreiros, nenhum objectivo".
PINTARRISCOS
Paulo Galindro, ilustrador de O Tubarão na Banheira (Presença) e O Cuquedo (Livros Horizonte), entre outros, estará presente com trabalhos seus numa exposição colectiva a inaugurar para a semana, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro. Ver mais no blogue O Voo do Pintarriscos.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
ARE YOU LONESOME TONIGHT?
Elvis
Taï-Marc Le Than
Ilustrações de Rébecca Dautremer
Tradução de Madalena Lima
Editora Educação Nacional
Se Baba Yaga é já uma interpretação única do imaginário dos contos populares, Elvis, lançado em simultâneo, também com a assinatura da dupla Taï-Marc Le Than/Rébecca Dautremer, subverte as regras da biografia com um talento notável – à semelhança do que já havia feito com Cyrano. Elvis é Elvis Presley, protagonista ausente da imagem de capa, aqui substituído por uma figura feminina: Priscilla, futura Senhora Presley. A vivência nos pântanos do Mississípi, a noite do primeiro concerto, a viagem de Cadillac até Las Vegas, o encontro com o manager "Colonel" Parker – tudo se desenrola à medida dos sonhos, em frames sucessivos que fixam a aura do instante como num quadro de Edward Hopper. Ao longo do livro, a aproximação biográfica ao rei do rock faz-se também de alusões e possibilidades, desafiando o mero registo factual. "Mas podem ser apenas histórias", repete o escritor, ao evocar episódios em que a realidade se mistura com a lenda. Eterno adolescente, Elvis parece-se, neste livro, com um negro e com um índio; é o filho do melting pot norte-americano que deu origem aos blues, ao country, ao gospel. Tão inconvencional como as perspectivas cinematográficas da francesa Rébecca Dautremer, o texto de Taï-Marc Le Than não obscurece ao lado das ilustrações. Negação do facilitismo e da banalidade, devia ser lido por todos os que se propõem fazer biografias para os leitores mais pequenos.
(Texto publicado na LER nº 87)
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
TOCAR NO ECRÃ PARA VER CHOVER
A chuva a cair, segundo O Livro Negro das Cores (Bruaá). Fez ontem 101 anos que nasceu Louis Braille.
PARA QUE SERVEM OS DIAS?
“What are days for?”, pergunta Philip Larkin, um dos escritores reunidos nesta colectânea de poemas sobre o tempo. E para que servem os poemas? “They make you think about things, Miss”, respondeu uma criança à organizadora da obra, Nikki Siegen-Smith. Encontrei este livro na Mãos à Arte, livraria infantil em Leça da Palmeira que é também loja de artistas e artesãos, além de atelier onde se promovem actividades para crianças, desde oficinas a horas do conto. Mais: a um canto da estante, há livros da conceituada editora Barefoot Books, o que não se encontra por aí todos os dias. Para quem vive na zona do Porto, recomendo a visita – tendo em atenção o horário invulgar, que pode consultar aqui. E, afinal, para que servem os dias?
Days
What are days for?
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days?
Ah, solving that question
Brings the priest and the doctor
In their long coats
Running over the fields.
Philip Larkin
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
BOOK LOVERS NEVER GO TO BED ALONE
Book Lovers Never Go to Bed Alone. Não posso dizer que em todos os dias da minha vida concordei com o nome deste site sobre arrumação de livros e decoração das ideias. Mas, pelo menos, houve a vantagem de os livros não terem mau hálito.
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