quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MASSACRE CEREBRAL


A instrumentalização do livro para crianças é um fenómeno que se confunde com a própria génese, ou não fossem os livros essenciais para «instruir» e «educar» os delfins de há séculos. Os livros para crianças têm servido para tudo, desde apelar ao esforço de guerra até ajustar contas com o marido infiel. Quando pensamos que já não se pode ir mais longe (Go The Fuck to Sleep é um desses recentes dejectos), eis que surge outra coisa para nos deprimir ligeiramente. Esta alegre família norte-americana explica como é tão bom e tão útil andar armado, num video esclarecedor. Nem é uma novidade (saiu em 2012), mas parece que alguém se lembrou agora de dar uma ajuda às vendas. Carregar armas é um direito, dizem. Pois claro. Segundo a notícia do Observador, «cerca de 10 mil crianças são feridas ou mortas devido a incidentes com armas de fogo nos Estados Unidos».

(Cortesia de Tânia Raposo.)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

ESCREVER AO SOL


Passei o Verão de 2012 a escrever o Irmão Lobo e jurei que nunca mais. Escrever, sim, sempre, mas só em clima agreste e dado à introspecção, pensei. O Verão passa demasiado depressa e o excesso de exposição à luz do computador não traz boas cores, embora exalte o espírito. Seria bom que as coisas acontecessem according to plan (ou talvez não), mas escrever implica um compromisso e mesmo devoção ao instinto não domesticado. De outro modo, é programa. Isto para dizer que as intermitências prolongadas deste blogue se devem ao facto de estar a trabalhar num novo livro que implica alguma pesquisa. Para já, não posso dizer mais nada. Felizmente, consigo ler e escrever na praia. Uma bênção.

(na foto: Sylvia Plath em versão solar)