Mostrar mensagens com a etiqueta AUTORES. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta AUTORES. Mostrar todas as mensagens

sábado, 3 de dezembro de 2016

ESTÁ UM BOM DIA PARA CHORAR NO PORTO


«O Porto é um sítio fantástico para se visitar e viver. Também é um sítio óptimo para chorar desesperadamente. Por vezes, viajar é cansativo e confuso. Podemos sentir vontade de chorar; mas não temos onde, porque estamos enfiados no dormitório de um hostel com mais oito pessoas. Se só quer estar sozinho e deitar tudo cá para fora antes de se sentir capaz de enfrentar o mundo, este mapa é para si! Depois de cinco anos de intensa pesquisa, é com orgulho que lhe dou a conhecer os dez melhores sítios do Porto para chorar.»

(Tradução minha para a introdução ao Map For Crying Travellers, de Joana Estrela. Ver mais aqui. E aproveitem a chuva.)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

SE EU FOSSE UM ANIMAL

«O ornitorrinco é um animal estranho porque parece uma espécie de ursito e tem cauda de castor e um enorme bico de pato. É mal definido o que me parece uma boa metáfora. Nós também não somos uma coisa só. Eu sou historiadora pelo menos na perna esquerda e nos cotovelos. A Bibliotecária em mim deve ocupar parte do tronco. A cabeça e as pontas dos dedos brincam com as palavras e contam histórias. O resto não sei, ainda falta descobrir.» Ler aqui a entrevista completa de Raquel Patriarca ao blogue Clube de Leitura. A Raquel começou a colecção «Livros com Bicho» (QuidNovi) juntamente com a ilustradora Marta Jacinto, e do primeiro livro já falámos aqui.  

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UMA NOVA EDITORA: BAGS OF BOOKS


Há uma nova (e prometedora) editora portuguesa exclusivamente centrada – pelo menos para já – na publicação de livros para crianças e adolescentes. Chama-se Bags of Books e faz a sua entrada em cena ainda este mês, com um livro ilustrado de Beatrice Alemagna, Depois do Natal. Em 2011, a selecção de escritores e ilustradores mantém-se criteriosa, notando-se um predomínio de nomes latino-americanos: Gabriel Pacheco, Beatrice Rodriguez, Claudio Hochman, Antonio Ventura, Loreto Salinas, Gonzalo Moure e João Vaz de Carvalho. Para abrir o apetite, o catálogo e mais informação já estão no site da editora. Aqui.

Correcção: O primeiro livro editado pela Bags of Books é de Beatrice Alemagna, sim, mas chama-se O Meu Amor. Se tudo correr bem com a distribuição, podem encontrá-lo nas livrarias a partir de amanhã. Quanto a Depois do Natal, sairá em Janeiro, fazendo jus ao título.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

EXPOSIÇÃO DE JAVIER SÁEZ CASTÁN


No seguimento do post anterior, lembramos que a exposição “Encontros com Bichos – Uma mostra de memórias, Ilustrações e Objectos”, de Javier Sáez Castán, será inaugurada amanhã na livraria especializada em literatura infantil Histórias com Bicho, em Óbidos, onde ficará patente até 24 de Dezembro. Nos dias 3, 4, 5 e 6 de Novembro decorre uma formação com o ilustrador, destinada a educadores, professores, técnicos de biblioteca e outros mediadores de leitura. Informações pelo telefone 262958610.

DIVERTIMENTOS ÓPTICOS


Javier Sáez Castán, autor espanhol que se revelou entre nós com as ilustrações do Animalário Universal do Professor Revillod (Orfeu Mini), feito em parceria com o escritor Miguel Murugarren, foi uma das pessoas que mais gostei de conhecer nas últimas Palavras Andarilhas – e não só por ter tido o privilégio de o apresentar ao público da sala sobrelotada. Apesar de encurtada no horário, creio que correu muito bem (o público o dirá) a conferência partilhada com Maria Teresa Meireles, que se ocupou do tema dos “livros que falam de livros”, sempre fascinante. Nascido em Huesca, em 1964, Javier Sáez Castán é senhor de um imaginário singular, radicado numa concepção mecanicista da realidade semelhante àquela que, no século XVII, levou pensadores como Pascal, Descartes ou Galileu a observar a Natureza como um grandioso mecanismo que se pudesse desmontar e compreender. Os seus livros são reflexo disso mesmo, transmitindo também um forte sentido de ironia – essa agilidade do humor que tantas vezes nos salva da banalidade e da decepção, nos livros e na vida.

(El Pequeño Rey – General de Infantería, de Javier Sáez Castán, Ediciones Ekaré)

terça-feira, 11 de maio de 2010

MUSEUS E CEMITÉRIOS


Não fomos ao MOMA ver a exposição retrospectiva de Tim Burton, mas (fraco consolo) encontrámos o catálogo, provavelmente na sua versão mais reduzida, à venda na Fnac. Reproduções de trabalhos inéditos, alguns textos, uma cronologia essencial e, a abrir, um “artist’s statement” em que Tim Burton explica por que razão os museus têm tudo a ver com cemitérios. O que não é necessariamente mau:

“Growing up in Burbank, there wasn’t much of a museum culture. I never visited one until I was a teenager (unless you count the Hollywood Wax Museum). I occupied my time going to see monster movies, watching television, drawing, and playing in the local cemetery. Later, when I did start frequenting museums, I was struck by how similar the vibe was to the cemetery. Not in a morbid way, but both have a quiet, introspective, yet electrifying atmosphere. Excitement, mystery, discovery, life, and death all in one place.”

segunda-feira, 1 de março de 2010

FELIZARDOS DE BOLONHA 2010


É a vida. Este ano não vamos poder repetir a ida à Feira do Livro Infantil de Bolonha, como sucedeu em Março de 2009 (demos conta do caso na crónica para o Blogtailors, entre outros posts). Mas há outros motivos de contentamento, de que em breve falaremos. Para já, é grande a curiosidade acerca dos recém-anunciados vencedores deste ano e, muito especialmente, em relação ao livro de Fabián Negrín, premiado na categoria de não ficção: The Riverbank, editado pela norte-americana The Criative Company. O texto é de Charles Darwin, como se lê nos comentários do júri, remetendo para as suas primeiras descobertas de criança. Sabendo da arte de Fabián Negrín para desenhar e pintar a natureza (conferir em Boca de Lobo, já citado aqui), é lícito esperar uma pequena maravilha. Agora só é preciso encontrar uma alminha caridosa que não se importe de nos trazer este livro na bagagem. Pagamos em avanço, com juros e garantia de fiador, se for preciso.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ARRISCAR, ARRISCAR


She drank from a bottle called DRINK ME.
And up she grew so tall,
She ate from a plate called TASTE ME.
And down she shrank so small.
And so she changed, while other folks
Never tried nothing’ at all.

(“Alice”, um poema do livro Where the Sidewalk Ends, de Shel Silverstein. Imagem da Alice no País das Maravilhas de Tim Burton)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

CASA DE EDWARD GOREY REABRE HOJE




Que me desculpem os leitores do Jardim Assombrado se insisto no nome de um dos autores mais excêntricos e originais de sempre, na minha facciosa opinião: Edward Gorey. Chamo-lhe autor querendo significar, ao mesmo tempo, escritor e ilustrador, uma convergência de talentos que resultou em dezenas de livros de difícil classificação, estranhos e inquietantes. Nascido em Chicago, a 22 de Fevereiro de 1925, Gorey atrai leitores de todas as idades, mas não se pode dizer que seja popular ou unânime. Ainda bem. Já aqui escrevi sobre ele e lembrei a reportagem publicada na Notícias Magazine, em Dezembro de 2007. Volto ao assunto agora que a casa-museu, em Cape Cod, EUA, reabre novamente ao público para mais uma época de visitas e exposições temporárias. A data é simbólica: Gorey morreu a 15 de Abril de 2000, vítima de ataque cardíaco, e por isso este dia só pode querer dizer um renascimento.

As fotografias são do jardineiro convidado do blogue, Guto Ferreira.

sexta-feira, 20 de março de 2009

PRIMAVERA COMILONA


A Primavera chegou mais cedo. A imagem que hoje abre o Google é uma homenagem ao clássico de Eric Carle, The Very Hungry Caterpillar (1969), a festejar agora 40 anos. Foi editado em português pela Kalandraka, com o título A Lagartinha Muito Comilona, em 2007. Já agora, lembramos o artigo sobre Eric Carle que saiu recentemente no The Guardian, aqui e aqui. Para aceder à página oficial do autor pode clicar aqui.

segunda-feira, 9 de março de 2009

ILUSTRAÇÕES DE INÊS DE OLIVEIRA


Não sei se o primeiro livro que me veio parar às mãos terá sido A Montanha da Lua ou A Sopa de Pedra, ambos publicados em 2004. Inês de Oliveira fez parte, então, dos novos ilustradores “revelados” pela Campo das Letras, editora que acabou de fechar as portas. A propósito de A Montanha da Lua, escrevi, na página de livros da edição de Janeiro de 2005 da Agenda Cultural da Câmara Municipal de Lisboa: “Quanto ao trabalho de Inês de Oliveira (Porto, 1979), a fazer lembrar, por vezes, as aguarelas da genial Lisbeth Zwerger, é uma belíssima leitura das personagens, num registo ilustrativo que oscila entre o clássico e a transfiguração poética. Um nome a seguir com atenção.” Quatro anos depois, Inês de Oliveira continua a ser uma das minhas ilustradoras portuguesas preferidas, ganhando em maturidade e autonomia face à sua figura tutelar. Um bom exemplo é a leitura feita sobre O Grande Voo do Pardal, um texto de Lídia Jorge publicado pela Dom Quixote em 2007. Esse e outros originais encontram-se, desde este fim-de-semana, em exposição na livraria infantil Papa-Livros, no Porto (Rua D. Manuel II, ed. 81, Cristal Park, loja 44). Para ver de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00, até 31 de Março.

terça-feira, 3 de março de 2009

HOJE NA CASA FERNANDO PESSOA


Se não estivesse atolada em trabalho, iria mais logo à Casa Fernando Pessoa ouvir Alice Vieira.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

DO RATO MICKEY A ANDY WARHOL


Não são livros para crianças no sentido tradicional do termo. São obras de autor que partem do imaginário infantil, assinadas por artistas plásticos como Sol Lewitt, Christian Boltanski, Claes Oldenburg, Roy Lichtenstien, Richard Long, Keith Haring ou Andy Warhol. Em exposição na Biblioteca do Museu de Serralves, até 26 de Abril. Obviamente imperdível.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

RETRATOS DE DUBLIN


Agora que já saiu a LER de Janeiro, aqui fica a referência a um livro que vale a pena traduzir:

Her Mother’s Face
Roddy Doyle
Ilustrações de Freya Blackwood
Scholastic

Da obra para crianças do vencedor do Booker Prize de 1993, chegou até nós Os Brincalhões (The Giggler Treatment), publicado pela Presença em 2000. Seria um regresso estimulante se alguém deitasse mãos ao último livro do escritor irlandês que nos deu o inesquecível As Aventuras de Paddy Clarke. Com Roddy Doyle, os personagens nunca são esquemáticos, mesmo se as suas vidas parecem simples e ajustadas às expectativas da working class. Em Her Mother’s Face, uma menina de nome Siobhán cresce na sua casa de Dublin, com muitos livros e um pai cuidadoso, mas sem ter referências da principal figura feminina. O pai guarda silêncio sobre a morte prematura que afectou a família; e guarda também as fotografias da mãe de Siobhán. Então surge a dúvida: como era ela? Pacientemente, deixando que o tempo conduza a narrativa, Doyle reconstitui a presença desse vazio que se instalou, para chegar a um final reconfortante em que tudo regressa ao seu núcleo afectivo e familiar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A BAGAGEM DO VIAJANTE


Ainda um souvenir de uma tarde de chuva memorável no Porto: a passagem pela Livraria Caixotim, editora de A Maleta Literária - "Os Caminhos da Literatura" (ou como viajar em Portugal acompanhado pelos melhores escritores). Lá estão, num projecto concebido pela designer Helena Lobo, bem acondicionados em cartão duplo a quatro cores, Aquilino Ribeiro, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Ferreira de Castro, Guerra Junqueiro, João de Araújo Correia, José Régio, Miguel Torga, Teixeira de Pascoaes e Trindade Coelho. Em conversa com o livreiro Sérgio Sousa, ficámos a conhecer os nomes que vão completar a segunda série de roteiros literários a partir do primeiro trimestre de 2009: António Feijó, Raul Brandão e Pedro Homem de Mello. Comecem a fazer as malas.

domingo, 4 de janeiro de 2009

CARTAS A UM JOVEM ESCRITOR

“For me, the most satisfying part of being a writer is not the finished product; it’s when the plot starts to come together in your head. You’ve had this idea for a while that seems as if it might turn into a novel, but up until now you’ve had no more than the starting point. Maybe it’s a character or a situation, a time or a place, or even just a mood. It doesn’t matter. You can feel it there, like an itch. Every now and again, you scratch it. But it doesn’t go away.”

Leia o resto no blogue de Brian Keaney, Dreaming in Text, já citado no post anterior. Outros textos sobre as penas e prazeres de um escritor de livros para crianças e adolescentes, especialmente a ter em conta por quem segue o métier:

- Cinco maneiras de estragar um bom manuscrito;
- O que querem os editores;
- Palavras de encorajamento, quem não precisa?;
- A ansiedade das ideias brilhantes;
- A importância do final antes de a história começar;
- A angústia entre dois livros;
- Conselhos dos editores;
- O mito da inspiração, parte 1 e parte 2;
- O que faz um escritor quando não está a escrever.

E ainda:

- Como uma alucinação provocada por uma amigdalite aos 13 anos pode acender o desejo de escrever ficção.

CONFISSÕES DE UM ESCRITOR PARA CRIANÇAS


Brian Keaney, autor inglês de ascendência irlandesa, começou agora a ser publicado pela Gailivro, que editou o primeiro volume da trilogia “As Promessas do Dr. Sigmundus”, Gente Vazia (The Hollow People). Classificá-lo no género fantástico, na linha de Philip Pullman (que já lhe deu a sua bênção, aliás) é tão redutor como dizer que Philip K. Dick ou Ray Bradbury são autores de ficção científica. Ao fazer a pesquisa para os próximos textos da LER, descobri o blogue de Keaney, que li de uma assentada (infelizmente, não tem mais do que um ou dois posts por mês), não só por ser divertido como por fornecer pistas e considerações interessantes sobre o que é ser um escritor para crianças e adolescentes (ou, se preferirem, young adults), bem como sobre o tipo de reacções que tal escolha provoca. Por exemplo, quando um taxista insiste em contar a incrível ideia que teve para escrever um livro:

Cabbie: So what do you do then?
Me: I’m a writer.
Cabbie: What sort of thing do you write?
Me: Children’s books.
Cabbie: What, like that J K Rowling woman?
Me: Well, sort of, but obviously I’m not as successful as she is.
(LONG PAUSE DURING WHICH YOU CAN ACTUALLY HEAR CABBIE’S BRAIN WHIRRING.)
Cabbie: I’ve had an idea for a children’s book.
Me: Oh really?
Cabbie: Yeah. It’s pretty good, actually. Do you want to hear it?

Ler o resto aqui.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

ANOTAR OS DIAS É TORNÁ-LOS NOTÁVEIS


Bem que gostaria de ter inventado o título deste post: "anotar os dias é torná-los notáveis". Mas quem escreveu esta e outras frases notáveis chama-se Eugénio Roda, como se pode confirmar na nova agenda das Edições Eterogémeas: 2009 Mundos a Céu Aberto. Participam 53 ilustradores, cujas técnicas vão desde a serigrafia ao suporte digital, passando pela tinta-da-china, acrílico, lápis de cor, aguarela e outras (e lá está também o recorte em papel do próprio Gémeo Luís). Cada planificação da semana tem uma frase entre o aforismo, o provérbio e o nonsense, além da ilustração. Esta pertence a Eleanor Marston, que misturou impressão com grafite. "Os gatos só astronomiam no universo das crianças", pode ler-se. Eu já tinha comprado uma agenda para 2009, mas não fui capaz de resistir. Se tiver dificuldade em encontrá-la à venda, consulte o site das Edições Eterogémeas e veja o catálogo completo, podendo fazer a encomenda por email. Para começar bem o ano e continuar por aí fora, a céu aberto.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SOMOS IMPERFEITOS DE PALAVRAS


Tenho pena de só ter conseguido assistir a dois painéis do XVIII Encontro de Literatura para Crianças na Fundação Calouste Gulbenkian, mas trabalho oblige. Para lembrar durante muito tempo, a conferência de abertura proferida por Manuel António Pina, de uma delicadeza e profundidade tocantes. Não é propriamente uma novidade, eu sei. Alguém que conhece o pensamento tauista só pode tratar as palavras com rigor, e por isso não surpreendeu ouvi-lo dizer que tem “cada vez menos coisas para dizer” – porque “falar raramente é conforme à natureza”, como se lê no Tao Te King. “Se os fenómenos do céu e da terra não são duráveis/Porque o seriam as acções humanas?” (Editorial Estampa, página 35).

“Somos imperfeitos de palavras”, disse Pina. Evocou Maurice Blanchot para lembrar que “a literatura é a arte de fazer de conta” e que toda a literatura “persegue a linguagem da linguagem”, devendo ser interrogada “na sua forma, na sua sonoridade, na sua significação”. Falou no “anitismo” dos livros para crianças, nesse atrofiamento do mundo à medida da pequenez da Anita, e pôs o dedo na ferida quando afirmou que “o principal problema da literatura para crianças é o de os livros serem escolhidos por pais ou por adultos que não percebem nada de literatura nem de crianças”. Confessou a desilusão de nunca ter conseguido convencer as filhas a gostarem de Winnie-The-Pooh quando eram pequenas; e explicou por que razão há tantos adultos a escrever “para” crianças (sublinhando as aspas) que, às vezes, não entendem o que eles escrevem. Como Alan Alexander Milne, eventualmente. Não cito ipsis verbis, porque não usei gravador, mas o sentido é este: “A melancólica forma que a infância assume em nós, adultos, é a perda da infância. As crianças ainda não têm a linguagem perdida da infância, estão demasiado próximas dela, por isso não a entendem.” Acho que Manuel António Pina tem toda a razão, mas fica a ressalva, feita pelo próprio: “Nada é decerto tão perigoso como a certeza de que se tem razão.” E como é bom ouvir pessoas que têm cada vez menos coisas para dizer.