quarta-feira, 8 de outubro de 2008

AINDA SOBRE EPC


Um leitor do Jardim Assombrado enviou-me um email a perguntar por que razão foi para Vila Nova de Famalicão a biblioteca pessoal de Eduardo Prado Coelho. Conto o que me explicou Artur Sá da Costa, director do Departamento Educativo e Cultural do município. É uma sucessão de coincidências com o seu quê de estranho. Jacinto do Prado Coelho, pai de EPC, foi agraciado com o Prémio Casa de Camilo em 1984, mas morreu antes de poder ir a Famalicão recebê-lo, pelo que EPC foi em seu lugar. A ligação afectiva terá começado aí, provavelmente. To cut a long story short, sabe-se que era vontade do escritor e ensaísta, falecido o Verão passado, que o seu espólio bibliográfico fosse doado a uma biblioteca municipal do país. Houve outra possibilidade além de Famalicão, mas não foi garantida a condição de manter a integridade do conjunto, prevendo-se que este se distribuísse pelo catálogo geral já existente. Ora, o que faz com que EPC continue vivo na sala a que foi dado o seu nome, é justamente a presença íntegra e comunicante dos seus livros mais amados, sejam estes de filosofia, linguística, filologia, ciências sociais, literatura, fotografia, cinema, pintura ou artes plásticas. São cerca de dez mil volumes, entre monografias e colecções periódicas, a que todos os leitores têm agora acesso. Caberiam muitos mais, dentro de uma vida tão completa, mas o desprendimento de EPC fez com que amigos e conhecidos guardem agora muitos dos títulos que lhe vieram parar às mãos ao longo dos anos. E sabe-se que há mais uns 40 caixotes arrumados numa garagem, que a seu tempo encontrarão ali o seu lugar.

Entretanto, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão decidiu lançar, ainda este ano, o Prémio Literário Eduardo Prado Coelho. Trata-se de um prémio de consagração que vai abarcar as áreas da narrativa de ficção, ensaio e poesia. O valor pecuniário ainda não está definido, mas em breve os responsáveis darão mais pormenores. Fiquem atentos.

Sem comentários: