sábado, 29 de novembro de 2008

ESTÁ UM TEMPO WELLINGTONEANO


Wellington, capital da Nova Zelândia, é uma das cidades mais ventosas que conheço. Quando o vento se revolta no estreito de Cook, a travessia de ferry-boat entre as duas ilhas não soa propriamente como uma canção de embalar. “Windy Wellington”, chamam-lhe. Quanto a Big Weather, uma colectânea de poetas neozelandeses, é muito mais do que uma conversa sobre o tempo e a cidade das cem colinas. “The strong queen of the south”, “the last colonial outpost”, “a delicatessen visited by Walt Whitman”, “sterile whore of a thousand bureaucrats” – Wellington é tudo isso, um melting pot a meio caminho entre o Oceano Pacífico e o Pólo Sul. Um dos meus poemas preferidos, de Iain Sharp:

The Desperadoes

Hand in hand we skip
down Molesworth Street.
It’s good to be alone
in a capital city.
It’s good to steal flowers
from the parliamentary gardens
while the ministers are in session.
Ah, look at your face.
You’re as beautiful as jazz,
as jasmine.
We chuck pebbles
at the night sky.
Cracks appear in the moon.

Big Weather – Poems of Wellington, vários autores, selecção de Gregory O’Brien e Louise White, ed. Mallinson Rendel, 2000

Sem comentários: