domingo, 3 de maio de 2009

FEIRA DO LIVRO DE LISBOA: A PRAÇA INFANTIL, SFF?


O fim-de-semana não é bom conselheiro destas andanças, mas às vezes as coisas calham assim. Ontem à tarde, sob um sol implacável, a Feira do Livro de Lisboa estava a abarrotar de gente, tornando impossível qualquer aproximação séria aos novos stands – mais estilosos, mas com menos espaço para o que realmente interessa, é fácil de ver. Razão a António Guerreiro, que no Expresso desta semana faz um balanço sombrio do mercado editorial, referindo, a dado passo, que “dada a deficiente oferta das livrarias, a Feira do Livro era a única ocasião do ano em que apareciam à venda todos os livros das editoras”.

Não seriam “todos”, mas eram muitos. Agora, menos. E bastantes editoras optam mesmo por ter os tabuleiros laterais fechados – por razões logísticas, provavelmente. Numa incursão rápida, só tive tempo de percorrer o corredor do lado esquerdo, à procura de uma tal “Praça Infantil”. A coisa está de tal modo visível que quando cheguei lá acima ainda não tinha dado por nada. No micro-stand da APEL explicaram-me onde ficava. Lá tive de descer tudo de novo, até perceber (pelo mapa) que tinha alcançado o objectivo: uma clareira patrocinada por uma marca de café, a habitual banca de gelados, um estrado onde se agitavam três figuras de peluche e quatro stands dedicados ao livro para crianças: Minutos de Leitura, Gatafunho/Ana Paula Faria, Key 4 Kids e Edicare. O espectáculo da Orfeu Negro sobre O Livro Inclinado ainda não tinha começado. E a isto se resumia a “Praça Infantil”.

Atravessando para o outro corredor do Parque Eduardo VII, encontrava-se a Praça Jovem, onde o panorama era ainda mais elíptico, não fosse a presença de duas dezenas de raparigas a falar sobre a saga dos vampiros de Stephenie Meyer.

3 comentários:

Francisco Leão - Minutos de Leitura disse...

E a isto se resumia a “Praça Infantil”. Quanto ao conceito de Praça Infantil da feira, pelo que sei, é apenas a zona onde decorrem actividades para crianças, não englobando apenas as quatro editoras que refere (que estão aí por acaso ou por terem pedido para serem colocados perto da praça infantil)... as editoras (talvez as boas? muito subjectivo) com livros com crianças estão espalhadas por toda a feira. Este ano não há uma zona de editoras de livros para crianças específica. Quanto às actividades realizadas na praça, tem havido até bastantes leituras de histórias e muito participadas, algo que é importante e tem de facto a ver com aumentar o interesse das crianças pelos livros. Tenho apenas como crítica que as tais praças não se encontrem bem indicadas/delimitadas... tanto que nos estão sempre a perguntar onde fica e ficam sempre espantados quando dizemos que é ali mesmo a dois passos.

Anónimo disse...

Os editores não querem ter de dispersar os seus pavilhões, agora que já os podem ter todos juntinhos e unidos... Por isso é que não há uma zona comercial de livros infantis na Feira.

Este foi o primeiro ano para experimentar a questão das praças e elas serviam como grandes zonas de paragem (subir aquilo cansa) e locais indicados para os editores fazerem as suas acções. Se não houve muitas mais acções nessa praça (e houve bastantes) foi porque os editores ainda estão a perceber como funciona aquilo, pois nada os impedia de terem pedido logo para ser lá.

Para o ano será melhor, com mais dinheiro para as estruturas e a experiência deste ano.

Carla Maia de Almeida disse...

De facto, acho que havia alguma expectativa no conceito de "Praça Infantil", que depois se gorava. A melhorar, certamente. Mas devo dizer que não sou a favor da concentração numa só zona, pelo menos da forma que já foi feita, com os pavilhões ao nível dos mais pequenos e muita bonecada a toda a volta... É que aquilo tende demasiado para a ideia de "parque infantil", afastando uma parte dos potenciais compradores - os adultos. Por mim falo. A solução deste ano ficou entre uma coisa e outra, mas o caminho é esse, parece-me.

Obrigada pelos comentários tão construtivos.