quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

PIRATEANDO HISTÓRIAS


Devo confessar que não sou uma fã incondicional de contadores/as de histórias. Há qualquer coisa que me aliena e me distrai; prefiro lê-las. Mas, contrariando o meu próprio preconceito, de vez em quando confirmo que estes dois mundos não são irreconciliáveis. Pep Duran foi um dos que contribuiu para isso. Vai estar na próxima sexta-feira na Biblioteca Municipal de Oeiras, para um serão de histórias que começa às 21h30 (mais informações aqui). Recordo uma entrevista à Notícias Magazine, publicada em Abril de 2009:

(...)

"De que forma é que a sua formação e actividade de terapeuta se liga com a de contador de contos?
Bom, na verdade, primeiro estudei engenharia electrotécnica. Mas nunca trabalhei nessa área. Vivia-se o franquismo, meteram-se vários acontecimentos, e a dada altura apaixonei-me pelos livros. Eu desejava ser pirata, para ser rico [risos]. E pelos livros também há uma forma de se procurar um tesouro. Mas a comprar e a vender livros aprendi-lhes o gosto. Depois, há uns vinte anos, tive uma depressão, não me importava viver ou morrer. E nessa altura fiz terapia e comecei a interessar-me por isso. Depois pensei que poderia também ajudar os outros, e formei-me como terapeuta. E então percebi que queria contar contos que ajudassem a crescer por dentro, a dar-me conta de quem sou.

Existe então uma função terapêutica na leitura?
Sim, se a leitura consiste em tomar consciência do que se passa comigo, se me fala e me ajuda a compreender melhor, a mim e ao mundo, então estou a fazer terapia.

(...)

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