domingo, 21 de março de 2010

NO LABIRINTO DOS LIVROS


Os Livros que Devoraram o meu Pai
Afonso Cruz
Caminho

Esta é a “estranha e mágica história de Vivaldo Bonfim”, homem com uma paixão por livros e a pouca sorte de trabalhar no 7º Bairro Fiscal (“A vida, muitas vezes, não tem consideração nenhuma por aquilo de que gostamos.”). Um dia, Vivaldo Bonfim – nome que guarda tudo o que existe entre a vida e a morte – desaparece na leitura de A Ilha do Dr. Moreau, o clássico de H. G. Wells. Inicia-se aqui a deriva fantástica de um rapaz de 12 anos em busca do pai que nunca conheceu, seguindo o único rasto possível: os livros. Cumprindo um legado genético com ressonâncias proféticas, Elias torna-se leitor compulsivo e faz da biblioteca do pai uma estação fantasma para mundos paralelos. Da Inglaterra para a Rússia, conhece o avatar sinistro de O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde e o torturado Raskolnikov de Crime e Castigo, entre outras personagens. Com elas aprenderá a ambiguidade do bem e do mal, sem por isso se salvar da tragédia. Vencedor do Prémio Maria Rosa Colaço 2009, na modalidade juvenil, Afonso Cruz assina uma novela para todas as idades, cuja atmosfera evoca algo de A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón. Com uma escrita elegante, fluente e com grande capacidade de provocar imagens (ou não tivesse o autor obra feita no campo da ilustração), a evidente transversalidade do seu público apenas prova que “um bom livro deve ter mais do que uma pele, deve ser um prédio de vários andares. O rés-do-chão não serve à literatura.”

(Texto publicado na edição de 20 de Março da Notícias Sábado – revista do DN e JN)

5 comentários:

Márcio Almeida Júnior disse...

Uma boa dica deste que é um dos meus blogues prediletos. Saudações do amigo.

Carla Maia de Almeida disse...

Obrigada, Márcio. Um blogue um pouco preguiçoso, ultimamente. Mas assim que arrumar os tarecos na casa nova, as coisas regressarão ao seu ritmo normal. Espero.

Afonso Cruz disse...

Obrigado, Carla. Espero que um dia dê para nos encontrarmos dentro de um livro qualquer. Ou no Alentejo.

Carla Maia de Almeida disse...

Quem sabe num livro qualquer E no Alentejo. Gostei muito do livro e só tive pena de não ter mais espaço para escrever sobre ele. Venha o próximo!

ana disse...

Ainda ontem o vi e logo pensei: uma prenda para o meu filho me dar no dia da mãe