sexta-feira, 13 de maio de 2011
MANUEL ANTÓNIO PINA: NOTÍCIAS DA CIDADE FELIZ
Por causa dos humores do blogger, que andou em baixo nas últimas 48 horas, O Jardim Assombrado não pôde dar os parabéns a Manuel António Pina, vencedor do Prémio Camões 2011. Não que isso tenha importância alguma. O importante é o rasto de felicidade que esta notícia deixou em quem vive no “país das pessoas de pernas para o ar”, tentando vislumbrar uma luz constante sob o céu plúmbeo. Não sei se Manuel António Pina, poeta e cronista (vindo da escola do jornalismo, não um pato-bravo de rumo volúvel e nidificação previsível), é também “o maior autor da nossa literatura infantil”, como afirmou Osvaldo Silvestre ao Público (e Álvaro Magalhães, e Luísa Ducla Soares, e António Torrado?, e…). Mas é, com certeza, um dos grandes no meio de “gigões e anantes”. Paradoxalmente, os superlativos são sempre redutores: desviam o olhar do pormenor da descoberta e remetem-nos para a superfície distraída dos consensos. De resto, também os superlativos não têm importância alguma, salvo a consequência oportuna da reedição (espera-se) de alguns livros difíceis de encontrar – por exemplo, pela extinta Campo das Letras. Foi um prémio absolutamente merecido para alguém que disse, não sei onde nem quando e cito de memória, que “já cá temos bons escritores, o que precisamos é de boas pessoas”. As crianças, com o seu sentido intuitivo de justiça, são capazes de concordar. Muitos adultos, também. Nos livros de Manuel António Pina encontramo-nos para um acordo possível e temporário. Está tudo certo.
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