Gostava de ver uma proposta de lei (uma, vá lá) que fosse pelas pessoas e pelos animais, não contra. Poder incluir
facturas de veterinário no IRS, por exemplo. Esta ideia peregrina, vinda agora do Ministério da Agricultura, de limitar o
número de animais domésticos por domicílio – dois cães ou quatro gatos – e
ainda facilitar o regime das queixinhas pidescas da vizinhança não lembra ao diabo, ó Cristas. Os
índices de abandono de animais já são a vergonha que se sabe – e não é este tipo de
deliberações que vai melhorar alguma coisa. É preciso ver caso a caso. Excluindo os exemplos patológicos de
gente que acumula cães e gatos em casa ou os maltrata por sadismo – e que devia ser
rapidamente internada – não vejo por que razão o Estado deva decidir quantos
animais é que uma pessoa pode ter. Isto ainda não é a China, ou é? Segundo a notícia do Público, a excepção (há sempre excepções...) faz-se para os
criadores de «raças nacionais puras registadas», que podem ter os cães que
quiserem. São questões de pedigree. Só o «tio» Victor Veiga, consultor jurídico
do Clube Português de Canicultura, é que acha a nova lei muito boa e considera que «quem
quer ter mais cães arranja maneira de ter uma casinha na província». Então não
arranja? Eu até já lhes perdi a conta.
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